Por que algumas pessoas se viciam em jogos e outras não?
Isso acontece porque algumas pessoas têm predisposição genética que as torna mais vulneráveis a desenvolver vícios. Fatores como histórico familiar, traumas, estresse e a busca por prazer ou alívio emocional também podem influenciar.
Quando é que apostar por meio de bets vira um vício? Quando a pessoa deve pisar no freio?
Quando se torna um comportamento compulsivo e começa a interferir negativamente na vida da pessoa, como nas relações pessoais, no trabalho ou na saúde mental. Se a pessoa sente a necessidade de apostar cada vez mais para obter o mesmo nível de prazer ou começa a esconder suas atividades, é um sinal claro de alerta. Pisar no freio deve ser considerado quando as apostas não são mais uma forma de entretenimento, mas uma obrigação ou uma forma de fuga.
Como as pessoas próximas devem agir quando percebem que a pessoa está jogando além da conta?
É bom ter conversas abertas e sinceras, sempre evitando julgamentos e críticas e focando no apoio e na oferta de ajuda.
Nos consultórios já há muitos pacientes viciados em bets?
Sim, o número de pacientes tem aumentado, principalmente por causa da facilidade de fazer apostas on-line sem sair de casa. Esse acesso simples e a crescente aceitação das apostas em várias áreas têm levado mais pessoas a desenvolver esse problema.
Em termos de políticas públicas, o que pode ser feito?
Seria ideal ter mais políticas públicas voltadas para educação e prevenção, que forneçam informações sobre os riscos das apostas e apoio à saúde mental. Além disso, regulamentar a publicidade de apostas e facilitar o acesso a tratamentos adequados pode ajudar a diminuir os casos de vício.
Juliana Gebrim - psicóloga clínica e neuropsicóloga pelo Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (IPAF)