A Polícia Civil do DF (PCDF) desencadeou, na manhã desta quinta-feira (19/12), uma operação para combater crimes de ódio e subjugação virtual de adolescentes. Um grupo criminoso, identificado pelos investigadores, foi alvo da polícia por incentivar práticas de automutilação, suicídio e planejamentos de ataques a escolas.
A operação nacional contou com a coordenação do Laboratório de Operações Cibernéticas (DIOPI/SENASP/MJSP) e teve início com as investigações da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) do DF. Participaram policiais civis dos estados de São Paulo, Rondônia, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais. Ao todo, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão domiciliar, dois de apreensão de adolescente infrator e um de prisão, nas cidades de Brasília, Guarapuava (PR), São Paulo (SP), Ruy Barbosa (BA), Belo Horizonte e Ribeirão das Neves (MG), Santa Maria (RS), Espigão do Oeste (RO), Ipojuca (PE) e Rio de Janeiro (RJ).
Segundo as investigações, o grupo utilizava plataformas digitais para transformar adolescentes em verdadeiras “escravas” durante sessões ao vivo, incentivando-as, mediante grave ameaça de morte, a se automutilarem e a praticarem em si atos de cunho sexual (estupros virtuais). A rede de monitoramento da polícia também identificou a articulação de ataques a instituições escolares.
Liderança
Um adolescente de 15 anos, morador de Vicente Pires, é apontado pela polícia como o chefe do grupo criminoso. Seria ele o responsável por dar a maioria dos comandos de violência e tortura física e psicológica às adolescentes vítimas. O menor foi apreendido em casa. “Na residência dele, foram localizados arquivos de pornografia infantil e arquivos com adolescentes automutiladas. Nas auto-mutilações, constava gravado o nome do adolescente apreendido”, ressaltou o delegado-chefe da DRCC, João Guilherme.
Foram apreendidos também computadores e o celular do investigado. Na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCAII), o menor confessou o crime. “Vale o alerta aos pais, que se atentem e acompanhem o conteúdo acessado na internet por seus filhos. As investigatigações das Polícias Judiciárias dos Estados no combate a esses grupos continuarão e serão intensificadas”, finalizou o delegado.
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