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Esquema milionário: 18 suspeitos foram presos por tráfico no DF

Uma das empresas de fachada, utilizada pelo grupo para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas movimentou R$ 199 milhões nos últimos dois anos

Nas malas, a quadrilha costumava esconder skunk e cocaína em meio a uma carga de flores e plantas -  (crédito: PCDF)
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Nas malas, a quadrilha costumava esconder skunk e cocaína em meio a uma carga de flores e plantas - (crédito: PCDF)

Na manhã desta quinta-feira (19/12), policiais da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) cumpriram 23 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão contra uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A operação Oleandro ocorreu no Distrito Federal, em São Paulo, Goiás e Paraná. Na capital, 18 suspeitos já foram presos. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Gama, Guará, Águas Claras, Valparaiso (GO), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR) e São Paulo (SP).

A investigação começou há um ano, quando uma mala foi abandonada na Rodoviária Interestadual do DF e recolhida para a garagem de uma empresa de ônibus. "Como ninguém foi procurá-la, ela foi aberta. Estava abastecida com 29 kg de cocaína, sendo registrada uma ocorrência na Cord", detalhou o diretor da Divisão de Repressão às Drogas, Fábio Santos Souza. 

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Segundo as investigações, essa era uma das estratégias utilizadas pelo bando para a entrada de drogas no DF, principalmente com entorpecentes vindos de São Paulo. O grupo era liderado por um casal, Claudecir Cardoso, 49 anos, e Selma Rodrigues, 36. Enquanto o homem gerenciava as ações, a mulher atuava como operadora financeira.

As apurações policiais revelaram que, nas malas, a quadrilha costumava esconder skunk e cocaína em meio a uma carga de flores e plantas, visando, assim, dificultar a fiscalização e localização da droga. Na operação desta quinta, foi autorizado, ainda, o bloqueio na conta dos investigados de até R$ 10 milhões, em relação a pessoas físicas e R$ 100 milhões, em relação a pessoas jurídicas.

Estrutura

A polícia identificou uma estrutura de alta complexidade por parte da organização criminosa, que contava com divisão de tarefas, utilização de empresas de fachada e utilização de testas de ferro (pessoa que se apresenta com outro nome).

Entre os alvos da operação desta quinta, estão um das fornecedoras de droga, residente de São Paulo, de 46 anos; dois irmãos encarregados pelos recebimentos dos valores obtidos com a venda dos ilícitos; a companheira de um deles e a mãe dos dois; outros três gerentes responsáveis pela distribuição da droga; e um homem que ficava na função de transportar a droga de São Paulo para o DF.

Foram identificadas quatro empresas de fachada, sendo três em São Paulo e uma no Distrito Federal. As referidas empresas eram utilizadas pelo grupo para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Uma dessas empresas de São Paulo movimentou R$ 199 milhões nos últimos dois anos.

Os demais investigados se referem a pequenos traficantes e “testas de ferro” envolvidos com o grupo criminoso. Foi autorizado ainda o bloqueio na conta dos investigados até R$ 10 milhões em relação às pessoas físicas e R$ 100 milhões em relação às pessoas jurídicas.

Os criminosos vão responder por lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas. A operação contou com o apoio da Polícia Civil dos Estados do Paraná, São Paulo e Goiás e Polícia Rodoviária Federal.

Letícia Mouhamad
Darcianne Diogo
postado em 19/12/2024 11:58