Uma confusão, por causa de som alto, terminou em agressões, no Sudoeste. Um policial federal, identificado como Fredson Teles Moreira, 50 anos, sacou uma arma para acabar com um evento que ocorria no Sudoeste, na noite desse sábado (14/12).
A confusão teve início por volta das 21h30, segundo Rafael Lucas Ribeiro, diretor de infraestrutura do Coletivo da Escada, da Universidade de Brasília (UnB), que alugou o equipamento de som. Ao Correio, ele contou que o evento começou às 18h e que foi contratado para operar e montar o som, que contava com uma caixa de som e dois microfones sem fio.
Segundo o técnico, a programação do evento contava com a apresentação de DJ's, além do lançamento do álbum de um artista. “Por volta das 21h30, percebi uma movimentação estranha e pessoas se afastando, foi nessa hora que identifiquei o agressor armado, caminhando em nossa direção”, relatou.
Ainda de acordo com Rafael, o artista foi agredido pelo policial federal, sendo empurrado contra a parede. “Logo após isso, o agressor pegou a minha caixa de som e arremessou em direção ao estacionamento, causando danos materiais à caixa e aos cabos que estavam conectados a ela”, comentou. Confira o vídeo da confusão:
Outro lado
Em depoimento à Polícia Civil (PCDF), Fredson Teles Moreira disse que, por volta das 17h30, estava em sua residência quando o som do estabelecimento, localizado em frente ao seu prédio, passou a ficar em volume bastante alto, o que ocorria com frequência, segundo ele.
Só que, até então, se tratava apenas de barulho vocal, sem o uso de equipamentos eletrônicos, de acordo com o depoimento do policial. Fredson Teles disse ainda que, naquele momento, colocaram uma caixa de som direcionada ao seu prédio.
Por volta das 22h, ele disse que ligou para a Polícia Militar (PMDF), que não chegou ao local, por isso, decidiu descer até o estabelecimento. Ainda no depoimento, o policial federal admitiu que chegou gritando para que abaixassem o som. Durante o desentendimento, ele bateu no teto de um carro enquanto pedia que o som fosse abaixado.
Nesse momento, segundo Fredson Teles, várias pessoas se aglomeraram ao seu redor, gritando e, como a multidão ao redor estava se aproximando de forma mais exaltada, de acordo com ele, sacou a arma e manteve-a apontada para baixo o tempo todo, sem que em qualquer momento tivesse direcionada para ninguém.
Em depoimento, o autor também admitiu que empurrou uma pessoa e jogou a caixa de som no chão, para que o barulho fosse encerrado. Depois disso, Fredson afirmou que ligou novamente para a PM e aguardou no local até que a viatura chegasse. Ao ser abordado pela guarnição, identificou-se, entregou a arma e acompanhou os policiais até esta delegacia.
Prejuízo
Ao Correio, a diretora geral do Coletivo da Escada, Mariana de Alencar, disse que os equipamentos de som foram adquiridos a partir de bolsas de extensão e outros esforços dos integrantes do projeto, para que as atividades pudessem ser realizadas semanalmente.
“Como forma de arrecadar dinheiro para manutenção do projeto, alugamos o som para pequenos eventos, e foi o que aconteceu no sábado, quando alugamos o som e o nosso técnico foi acompanhar o serviço”, pontuou. Além das ameaças sofridas pelo técnico, ainda tivemos nossos equipamentos arremessados”, lamentou.
Segundo Mariana, ainda não foi possível calcular o prejuízo, pois os equipamentos estão apreendidos pela PCDF, para realização de perícia. “Além do valor financeiro, tivemos uma perda enorme, pois não poderemos manter as atividades do projeto até conseguirmos reaver nossos equipamentos, um fato que nunca aconteceu nos nossos nove anos de existência”, desabafou.
O fato está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), como dano e vias de fato. Em nota, a Polícia Militar informou que policiais do 7º Batalhão foram acionados para atender a uma ocorrência em uma distribuidora de bebidas na CLSW 105, Bloco C, no Sudoeste.
De acordo com a corporação, no local, um homem de 50 anos, armado e identificado como policial federal, teria se envolvido em uma discussão com clientes e o responsável pelo estabelecimento, após solicitar a redução do volume do som.