Protesto

Manifestantes pedem segurança no Parque Olhos d'Água, na Asa Norte

Mobilização neste sábado (14/12) aconteceu depois de tentativa de estupro no Olhos D'Água, na Asa Norte. Mulheres que frequentam o local se sentem em perigo e Ibram afirmou que está tomando providências

O grupo de pessoas, incluindo homens e mulheres, em coro repetiu a frase
O grupo de pessoas, incluindo homens e mulheres, em coro repetiu a frase "todas seguras no parque e pediu ronda motorizada - (crédito: Jorge Monicci)

Um grupo de pessoas foi ao Parque Olhos d'Água, na Asa Norte, para cobrar medidas efetivas de segurança no local. A manifestação neste sábado (14/12) aconteceu após uma tentativa de estupro de uma mulher que caminhava no local, em 6 de dezembro, uma sexta-feira, às 17h. 

Uma das organizadoras da manifestação, Madalena Rodrigues, reivindicou maior atenção do poder público em relação à segurança no espaço de lazer. "Eu sou frequentadora do parque há anos, e é preciso que aqui tenha uma segurança motorizada para ir às áreas mais distantes", disse Madalena.

Uma das preocupações é com os locais menos frequentados no interior do Parque Olhos d'Água. "O parque tem 21 hectares, apenas isso, não é tão grande, mas tem áreas que ficam mais isoladas. É preciso ter eficiência do poder público no cuidado com esse parque, que é frequentado por milhares de pessoas, a maioria mulheres", afirmou Madalena Rodrigues.

Reforço de PMs

Já foi possível ontem perceber o reforço de policiamento com diversos PMs circulando no local e carros da segurança privada estacionados na entrada. Mas a comunidade pede que seja algo permanente. Nana Silva, uma das organizadoras da manifestação, expressou a indignação e o medo das mulheres com a situação. "O que aconteceu há alguns dias aqui não é um caso isolado. Já vinham ocorrendo muitas reclamações. Infelizmente, as mulheres ainda estão muito vulneráveis nesta sociedade, com a presença ainda da cultura do estupro, com os feminicídios", destacou.

O caso da vítima atacada no Parque por um homem que entrou no local pela L2 Norte gerou diversas reações. A frase "estupradores no parque" foi pintada no chão, mas posteriormente apagada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Em nota, o Ibram afirmou que o GDF presta suporte ao parque por meio da contratação de serviços de vigilância patrimonial previstos no contrato corporativo de vigilância. Segundo o órgão, o parque conta com dois postos diurnos de vigilância desarmada e dois postos noturnos de vigilância armada.

"Está em análise, a solicitação de acréscimo de postos de vigilância com ronda motorizada, tanto no período diurno quanto noturno. A viabilidade de implantação será avaliada após a realização de fiscalização técnica no local e condicionada à disponibilidade de saldo contratual", informou a nota.

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) participou da manifestação. Ele ressaltou que, neste ano, houve um aumento de 27% das denúncias de violência contra a mulher no Ligue 180. "Foram mais de 680 denúncias de casos de estupro e mais de 20 casos de feminicídio, além dos casos que não são denunciados", apontou. Segundo o parlamentar, é preciso priorizar os investimentos para garantir a segurança especialmente das mulheres.  "Casos como este, em locais de lazer, alertam a toda a população, mas, infelizmente esta é a realidade em vários outros espaços do DF", lamentou.

 


Samanta Sallum
Arthur de Souza
postado em 15/12/2024 17:25
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