Após a tentativa de estupro cometida no Parque Olhos D’água na última sexta-feira (6/12), organizações e coletivos de mulheres promoverão duas mobilizações neste fim de semana para sensibilizar a sociedade e o poder público sobre violência contra a mulher.
No sábado (14/12), a mobilização ‘Mulheres sem medo’ se concentrará às 14h na Feira Agroecológica da Ponta Norte (SQN 216). A ação seguirá em direção ao Parque às 15h. O ato reivindica iluminação pública no Parque, vigilância e transparência nos registros de violência; investigação rigorosa e punição exemplar para crimes contra mulheres e crianças; e ampliação de espaços de acolhimento para vítimas de violência.
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Soma-se ao protesto o ato ‘Pela segurança das mulheres em todos os lugares’, organizado por um coletivo de capoeiristas mulheres no domingo (15/12). A partir das 9h, as organizadoras promovem uma roda de conversa e capoeiragem para dialogar sobre estratégias de seguranças.
Uma das organizadoras da mobilização de capoeiristas, a artista Thais Kuri destaca que a principal demanda do ato é o respeito à integridade da mulher como ser humano: “Que ela possa ter direito de ir e vir, de andar nos espaços da cidade com segurança”. Thais enfatiza a importância da educação masculina desde a infância para uma socialização respeitosa.
Organizadora do coletivo, Kárin Teixeira define o ato como uma agenda política apartidária na qual diversas organizações se unem em prol da segurança da mulher. “Organizações comunitárias, coletivos culturais e prefeituras de quadra evidenciam o debate. Não vamos parar de lutar”, declara.
Moradora da superquadra ao lado do Parque (216 norte) há mais de dez anos, a estudante Ana Luisa Machado, 19 anos, relata uma falta de segurança frequente na região: “A violência contra a mulher aqui é sistêmica. Já passei por assédio e já presenciei outras situações, mas raramente há punição.” O aumento de pessoas em situação de rua nos arredores, majoritariamente homens, é um fator que agrava a insegurança da região para a moradora.
O caso da vítima atacada no Parque por um homem que entrou no local pela L2 Norte gerou diversas reações. A frase "estupradores no parque" foi pintada no chão, mas posteriormente apagada pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que classificou a ação como "vandalismo".
Em nota, o Ibram afirmou que está comprometido em melhorar a segurança no Parque Olhos d'Água. "Fizemos uma solicitação (ao GDF) de um posto de vigilância motorizada para melhorar a segurança dos usuários e efetividade de vigilância patrimonial da unidade, mas ainda não recebemos retorno sobre a viabilidade", declarou o instituto.