"O poder de destruição de armas de grosso calibre coloca grandes quantidades de pessoas em risco uma vez que possui um alcance muito maior do que revólveres e pistolas, inclusive criando uma barreira e um distanciamento das forças policiais normais, ou seja, grupos que não têm treinamento ou equipamento que façam frente a esses agressores. Nesse caso falamos de mais de 90% dos profissionais de segurança que atuam na proteção da população. Junto a isso, são armamentos utilizados para grandes operações do crime organizado, como roubos a banco, ataques a carro-forte e roubo de carga, crimes com maior possibilidade de lucro.
Essas armas ingressam pela grande fronteira seca do Brasil com outros países do Mercosul ou por intermédio de regiões portuárias, onde o narcotráfico e facções criminosas se valem do seu grande poder econômico para aliciar grupos envolvidos nesse tipo de contrabando. Esse esquema ilícito sofre impacto, primordialmente, a partir de investimento em inteligência, onde forças estaduais e federais de segurança ainda carecem de maior investimento. Outros pontos de atenção ficam no esvaziamento da economia do crime, dando um golpe no que financia a aquisição desse material bélico; e adicionalmente em melhorias nos investimentos direcionados a inovação tecnológica para a segurança pública , capacitação, treinamento, conexão e intercâmbio Entre as forças de segurança nacionais e internacionais."
Leonardo Sant'Anna, especialista internacional em segurança e ex-subsecretário de Segurança do DF