A Justiça do DF determinou a prisão preventiva dos quatro traficantes envolvidos na tentativa de assalto a um caminhão, no posto Nova Colina, em Taguatinga, na madrugada desta terça-feira (10/12). Dois vigilantes de uma empresa de escolta armada foram baleados no ataque. Um deles, Ronivon Dias Lima, 44 anos, morreu na hora.
Segundo a polícia, os envolvidos na empreitada criminosa são: Cleomar Marcos da Silva, 41, motorista do caminhão; Francisco de Assis Bispo de Jesus, 40; José Eraldo Dutra Bezerra, 36; e Sidney Cardosa Passos, 35. Os quatro vão responder por latrocínio (roubo seguido de morte) e o motorista, além do latrocínio, foi indiciado por tráfico de drogas.
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Conforme o Correio revelou com exclusividade, o transporte dos mais de 400kg de skunk escondido no baú do caminhão tinha como destino o DF e pertencia ao Comboio do Cão, facção da capital. A articulação para trazer os entorpecentes partiu de Sidney e José Eraldo.
A droga foi colocada em caixas de papelão junto a uma carga de televisores, que seria entregue no município da Serra (ES). Cleomar foi contratado por uma transportadora para levar os eletrônicos do Amazonas até o Espírito Santo. O combinado seria fazer o descarregamento da droga no posto de Ceilândia, mas o grupo não contava com a presença de uma escolta armada.
Segurança
Em 8 de dezembro, Cleomar entrou em contato com a transportadora responsável pela carga de televisores noticiando uma tentativa de roubo, supostamente falsa. Por questões de segurança, a empresa contratou uma equipe para mantê-la de prontidão e evitar problemas.
Em Tocantins, os representantes dessa empresa de segurança contratada pela transportadora notaram algo de errado: eles viram Cleomar conversando com dois homens, Sidney e José Eraldo. Perceberam, ainda, que a carga havia sido remexida e que o lacre de segurança era diferente do original.
Desconfiados, a empresa decidiu contratar, dessa vez, o serviço de uma escolta armada de Tocantins, a Judá Segurança Privada. Foram designados dois vigilantes para fazer a segurança do carregamento.
Plano frustrado
Fontes de segurança ligadas ao caso contaram ao Correio que a facção não esperava a contratação de uma escolta armada. O plano inicial era apenas desabastecer o caminhão e recolocar as drogas em quatro carros.
Quando o caminhão chegou ao posto Nova Colina, criminosos já estavam no aguardo e deram continuidade à ação, sem se importar com a presença dos vigilantes. Na madrugada, por volta das 4h, enquanto os seguranças dormiam no carro, o bando caminhou a pé até a carreta, mas a movimentação foi percebida e, neste momento, eles abriram fogo contra os trabalhadores e fugiram sem levar nada.
Ao longo dessa terça, as forças de segurança se mobilizaram para a localização dos autores. Além da prisão do motorista efetuada pelos policiais da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), o HB20 usado pelos criminosos foi encontrado carbonizado, em um terreno baldio, no Sol Nascente. Posteriormente, o Zafira foi achado, conduzido por um homem, próximo ao Jóquei Clube, na região da Estrutural, pelos militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
No fim da tarde, o Bope chegou ao encalço de José Eraldo e Sidney. Os dois tentavam fugir para Pirenópolis (GO) em um Polo. A ação fez a PMDF acionar, pela primeira vez na capital, o Plano de Defesa das Cidades, programa estruturado pela própria corporação, que visa a ação rápida em situações de ocorrências graves, como assaltos a banco e roubos de grande estrutura.
Em entrevista concedida ao Correio, o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Katsuhiti Ricardo Gadelha Kotama, afirmou que o acionamento ocorreu logo após o crime, por volta das 4h. A medida visa obter uma solução rápida de identificação e prisão dos autores e evitar a fuga para outros estados. “De imediato, as cinco unidades das cidades mapeadas e mais próximas do local do fato foram demandadas. Com isso, evitamos o deslocamento dos criminosos para regiões mais distantes”, enfatizou.