A Promotoria de Justiça Criminal do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou, junto ao Tribunal do Júri do Riacho Fundo, na última segunda-feira (9/12), dois homens que seriam responsáveis pelo tiroteio no Puxadinho Gastrobar. Ocorrido em outubro no estabelecimento no Riacho Fundo 2, o crime resultou na morte do segurança Jorny Thiago Abreu Adorno.
Felype Barbosa da Silva, acusado de matar o segurança e disparar contra outras cinco pessoas que estavam no local, foi um dos denunciados, por homicídio e tentativa de homicídio. O outro homem, o segurança Davi Castro de Sousa Araújo, apelido ‘Batata’, foi denunciado por ter permitido a entrada do primeiro no estabelecimento sem ter feito a devida revista.
De acordo com o inquérito, Felype se aproveitou da cumplicidade que tinha com Davi para adentrar o Puxadinho Gastrobar no dia 13 de outubro, por volta das 23h30. Lá, ele consumiu bebidas alcoólicas e tentou ir embora sem pagá-las, mas foi abordado por Jorny, segurança do local, que tentou impedi-lo de sair. Foi quando Felype disparou diversos tiros com arma de fogo ilícita em direção ao funcionário e a consumidores do bar.
Como resultado, Jorny Thiago Abreu Adorno morreu e outras cinco pessoas, inclusive uma criança de dez anos que foi atingida na cabeça, ficaram feridas. A denúncia do MPDFT afirma que as outras vítimas não morreram apenas “por não terem sido atingidas em regiões de letalidade imediata, sendo socorridas e encaminhadas ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT)”.
A denúncia também classifica o motivo do homicídio e das tentativas — evitar o pagamento da conta no bar — como torpe e afirma que a defesa das vítimas foi dificultada. Para o órgão, Felype atuou “de forma livre e consciente, com inequívoca intenção de matar”.
De acordo com o documento, Davi teria contribuído para o crime, uma vez que teria se omitido, também de forma intencional, da responsabilidade de revista. Assim, diz o MPDFT, ele teria assumido “o resultado danoso das práticas” do criminoso.
Felype Barbosa da Silva fugiu logo após os crimes, mas foi encontrado por policiais militares em Valparaíso de Goiás. Devido à “alta periculosidade” do criminoso, o Ministério Público pede que a prisão temporária seja convertida em preventiva, como havia sido pedido anteriormente por autoridade policial, a fim “de se garantir que a enorme quantidade de vítimas e testemunhas possam depor sem sofrer qualquer tipo de ameaça ou coação por parte do denunciado”. O órgão afirma que o perigo do criminoso e a gravidade da situação demandam “a imediata retirada (dele) do convívio social, a fim de ser recolhido em estabelecimento penal de segurança máxima”.
Davi, por sua vez, não deve ser preso, de acordo com o pedido do MPDFT, mas sofrerá medidas cautelares — entre outras, proibição de acesso e frequência ao Puxadinho Gastrobar, proibição de sair do Distrito Federal por mais de 30 dias sem autorização judicial, recolhimento domiciliar em período noturno e dias de folga e proibição de aproximação e contato com vítimas e testemunhas relacionadas ao caso.
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