Para reduzir as chances de acidentes ou até mesmo óbitos envolvendo animais que são deixados em pet shops, como o caso da cadela Hasha, que morreu enforcada na última terça-feira (3/12), o CB ouviu o médico-veterinário Marco Aurélio, que deu algumas orientações para a escolha do estabelecimento.
Limpeza e organização do ambiente
Marco diz que a primeira coisa que deve ser observada é se o ambiente é limpo e organizado. “Verifique se o estabelecimento mantém um padrão elevado de higiene, com espaços limpos e bem cuidados. Observe se os equipamentos, utensílios e instalações são higienizados corretamente”, afirma.
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Além disso, Marco também chama atenção para a organização na recepção dos pets “É muito importante que tenha um checklist de entrada e de saída dos animais. O momento da recepção é ideal para a equipe coletar informações importantes sobre a saúde do animal e características médicas e comportamentais que possam ser relevantes para o atendimento e manejo do animal”, completa.
Licenças e certificações
Outro aspecto fundamental em um pet shop de qualidade são os certificados e licenças, tanto do espaço, como dos funcionários. Marco diz que a necessidade de um médico-veterinário, como responsável técnico em pet shops, não é mais obrigatória, porém, o local ainda deve ter licença de funcionamento. “Apesar de não ser mais obrigatória a presença de uma responsável técnico, o tutor pode conferir se o estabelecimento possui a licença sanitária e o alvará de funcionamento”, relata.
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Monitoramento
Segundo Marco, o espaço organizado e que ofereça a possibilidade de o tutor, mesmo que em outra sala, acompanhe o atendimento sendo realizado é muito importante. “Poder visualizar seu pet aguardando ou sendo atendido é importante para ter a total consciência de que seu animal está sendo bem cuidado. Certifique-se de que o ambiente destinado aos animais é adequado, seguro e confortável.”
O médico-veterinário também chama a atenção para o circuito de câmeras no estabelecimento: “Ter um circuito de câmeras que mostra o animal antes, durante e após o atendimento permite que a própria equipe monitore o atendimento e o comportamento pós-atendimento".
Cuidados pós-atendimento
Marco também orienta para os cuidados pós-atendimento: “O tutor deve observar o comportamento do animal e, se houver qualquer alteração no comportamento ou sinais físicos, como feridas e moleza e outros sinais, documentar por meio de fotos ou vídeos, quaisquer evidências relacionadas ao acidente ou negligência, a fim de comprovar os fatos”.
Caso ocorra algum acidente
O médico-veterinário orienta que o pet shop forneça informações claras e transparentes sobre o ocorrido, assim como sobre os procedimentos adotados: “Caso o animal se machuque ou adoeça durante o atendimento, o estabelecimento deve prestar o atendimento veterinário necessário. Se o animal sofrer algum dano ou prejuízo, o tutor pode buscar a reparação dos danos materiais e morais junto ao estabelecimento”, afirma.
“É importante entender que os pets são seres vivos que sentem sede, fome, dor, frio, calor, ansiedade, saudade, medo e, inclusive, abandono. Saber identificar o comportamento do animal e minimizar ao máximo esse desconforto faz parte da expertise de quem lida com esses animais”, completa
*Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho