Justiça

Policial admite culpa por matar brasiliense em Londres e será julgado em 2025

Em audiência, policial assumiu a culpa por atropelar e matar o brasiliense Christopher Guedes. Ele será julgado em tribunal superior do Reino Unido

Ian Brotherton, de 32 anos, admitiu ter causado o acidente durante audiência no Tribunal de Magistrados de Westminster, na última quarta-feira (4/12) -  (crédito: Arquivo pessoal )
Ian Brotherton, de 32 anos, admitiu ter causado o acidente durante audiência no Tribunal de Magistrados de Westminster, na última quarta-feira (4/12) - (crédito: Arquivo pessoal )

O policial britânico acusado de atropelar e matar o brasiliense Christopher de Carvalho Guedes, de 26 anos, em outubro de 2023, declarou-se culpado pela morte do jovem durante audiência realizada em Londres.

Segundo o jornal Daily Mail, Ian Brotherton, de 32 anos, admitiu ter causado o acidente durante audiência no Tribunal de Magistrados de Westminster, na última quarta-feira (4/12). Christopher pilotava uma motocicleta quando foi atingido por uma viatura policial que avançou o sinal vermelho na contramão, no bairro de Enfield, em Londres.

O Ministério Público da Coroa (CPS) apresentou denúncia contra o agente. Durante a audiência, a promotora Rachel Taylor afirmou que a viatura dirigida por Brotherton estava a 75 km/h no momento do impacto.

“O semáforo vermelho teria estado em sua visão por vários segundos. Ele (o policial) entrou na rua sem frear, a 47 mph (75 km/h na conversão), e colidiu com o ciclomotor. A luz para o Sr. Guedes estava verde”, explicou a promotora ao juiz Paul Goldspring.

A defesa do policial argumentou que o acidente ocorreu porque Brotherton estava atendendo a uma ocorrência de emergência. No entanto, o juiz Goldspring rejeitou a tese da defesa e encaminhou o caso ao Southwark Crown Court, tribunal de instância superior, responsável por julgar crimes contra a vida.

O julgamento foi marcado para 3 de janeiro de 2025. Brotherton, por ter confessado, responde ao processo em liberdade.

Acidente

A investigação foi conduzida pelo escritório Independent Office for Police Conduct (IOPC), órgão responsável por apurar a conduta de agentes policiais na Inglaterra. Concluído em maio deste ano, o inquérito sugeriu que Brotherton fosse responsabilizado criminalmente.

Na época do acidente, o Correio informou que o IOPC recolheu imagens das câmeras acopladas ao uniforme do policial e à viatura que ele dirigia. O material foi encaminhado ao Ministério Público e serviu como base para a denúncia apresentada contra o agente.

Morador do Gama, Cristopher morreu em 12 de outubro, em Londres, após ser atingido por um carro de polícia que, segundo a família, avançou o sinal vermelho. Ele estava na Inglaterra havia um mês com a esposa Jennyfer Ketlyn, de 24 anos, na tentativa de conseguir um emprego.

De acordo com relatos, ele conduzia uma motocicleta quando um veículo da polícia britânica avançou o sinal vermelho na contramão e o atingiu. No momento do acidente, Cristopher estava acompanhado pelo primo Wandeson Alves, de 26 anos — cada um em uma moto — em direção a uma lanchonete. Apenas Cristopher sofreu ferimentos, com uma costela fraturada e o pulmão perfurado.

Cristopher foi ex-jogador do Paranoá. Sua trajetória no futebol começou quando foi revelado no 50 Leste, time amador da cidade do Gama, onde se destacou e chamou a atenção de Gleiton Ariani, da empresa BNT. Sob o comando do técnico Léo Roquete, pelo Paranoá, disputou o Campeonato de Juniores de 2016 e foi campeão candango, vencendo o Brasília na decisão.

A família de Cristopher conseguiu arrecadar fundos para trazer o corpo dele de volta para o DF. O sepultamento ocorreu em 6 de novembro do ano passado, quase um mês após o ocorrido.

 

postado em 07/12/2024 12:23
x