C.B Fórum

"Mercado exige união de colaboração, letramento digital e pensamento crítico", avalia diretor da FGV

O diretor da FGV, Henrique Paim, acredita que a educação no Brasil tem, atualmente, três principais desafios com relação ao mercado de trabalho em que os jovens estão inseridos

Henrique Paim, acredita que a educação no Brasil tem, atualmente, três principais desafios -  (crédito: Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Henrique Paim, acredita que a educação no Brasil tem, atualmente, três principais desafios - (crédito: Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)

No 1º painel do CB Fórum, realizado nesta quarta-feira (4/12), o diretor de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Henrique Paim, destacou os desafios históricos e estruturais da educação brasileira em relação às demandas do mercado de trabalho. Intitulado “Economia em expansão: o mercado de trabalho e as demandas da sociedade”, o painel abordou o impacto da educação no desenvolvimento econômico e na cidadania.

De acordo com ele, o Brasil teve um “despertar tardio” para a educação, perdendo oportunidades importantes em momentos-chave da industrialização, modernização agrícola e outros períodos de expansão econômica. Ele enfatizou que a agenda educacional do país tem sido vulnerável aos ciclos econômicos, com períodos de retração comprometendo investimentos no setor. “É necessário pensar em uma agenda educacional que esteja associada a uma política de longo prazo, para que tenha sustentação e atinja os níveis de desenvolvimento que o país precisa”, diz.

Henrique Paim destacou três desafios principais para a educação no Brasil durante o CB Fórum. O primeiro é a necessidade de melhorar a proficiência e a permanência escolar, já que muitos jovens não conseguem concluir a educação básica, refletindo as desigualdades sociais e a falta de gestão eficaz no sistema educacional. “Isso ocorre porque não temos uma gestão voltada para a aprendizagem e para a inclusão educacional. Trazer o acompanhamento ao estudante”, aponta. 

O segundo desafio é a expansão da educação profissional, que, apesar de avanços nas matrículas, ainda está longe dos índices de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Houve um aumento nas matrículas do ensino técnico, passando de 5% para quase 15% em 15 anos”, analisa. Ele acredita que o país precisa avançar na oferta educacional. 

O último desafio citado por ele é alinhar o sistema educacional às novas demandas do mercado de trabalho, com currículos que integrem alfabetização digital, pensamento crítico e habilidades de colaboração e convivência conjunta, preparando os jovens para um cenário profissional cada vez mais tecnológico e interconectado. “A questão da transformação digital é fundamental, o jovem precisa estar preparado para todos esses pontos, desde o Ensino Fundamental. O grande desafio da humanidade é exatamente esse”, acrescenta. 

Debate

Com o objetivo de debater a importância da aprendizagem e da profissionalização para os trabalhadores do mercado brasileiro, o Correio Braziliense e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) reúnem, na tarde desta quarta-feira (4/12), especialistas e autoridades no CB Fórum. O evento acontece no auditório do jornal e está sendo transmitido ao vivo no Youtube.

*Estagiária sob a supervisão de Patrick Selvatti


 

postado em 04/12/2024 17:50
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