Um complexo golpe contra transportadoras de cargas orquestrado por um grupo criminoso causou um prejuízo em mais de R$ 200 mil. Na manhã desta quinta-feira (28/11), policiais civis da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desencadearam a operação Carga Fantasma para desarticular a associação criminosa.
Em junho deste ano, o proprietário de uma transportadora de cargas de Goiânia (GO) procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência. Segundo o empresário, a carga de embalagens avaliada em R$ 100 mil teria sido desviada pelos golpistas em um posto de Taguatinga.
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A partir das investigações, a polícia descobriu um meticuloso esquema golpista. A ação dos criminosos funcionava da seguinte forma: os autores tinham acesso a uma plataforma de anúncio de fretes. O site é usado por transportadoras e motoristas autônomos, que negociam o transporte de mercadorias e acordam um valor para um frete.
Infiltrados nessa plataforma, os golpistas fingiam ser motoristas autônomos e fechavam o serviço com as transportadoras. “Fechado o acordo, as empresas retiravam o anúncio do ar e os golpistas elaboravam um novo anúncio simulando esse frete para outros motoristas. O motorista aceitava e ele (golpista) passava a ser intermediador. Para um, ele se dizia motorista e, para o outro, se passava pela empresa transportadora”, explica o delegado Thiago Boeing, adjunto da 17ª DP.
Quando a carga chegava ao destino do frete, os estelionatários ligavam para o motorista alegando um imprevisto e que seria necessário fazer um transbordo de urgência da carga. Normalmente, a ação era feita em um posto de gasolina. Após a transferência da mercadoria, os golpistas desapareciam com a carga deixando transportador e motorista no prejuízo.
No decorrer das investigações foi identificada outra carga de produtos de limpeza que também foi desviada pelo grupo criminoso, sendo possível recuperar parte das duas cargas subtraídas, que foram destinadas para um receptador no Setor de Indústrias de Ceilândia.
Além do receptador, foram identificados os responsáveis pelos estelionatos que são moradores de Uberlândia (MG), onde estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva na presente data, além de medida de sequestro de valores.
Os autores irão responder pelos crimes de estelionato (fraude eletrônica), associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais.