Investigação

Tecnologia e dados: entenda como funcionará divisão de combate ao extremismo

Chefiada pelo delegado Fabrício Augusto Paiva, o novo setor vai investigar qualquer possível articulação de ataque às instituições democráticas

A Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) será composta por seis seções focadas na prevenção e no aprimoramento de dados com o uso da inteligência. Chefiada pelo delegado Fabrício Augusto Paiva, o novo setor vai investigar qualquer possível articulação de ataque às instituições democráticas. Na noite desta quarta-feira (27/11), uma solenidade oficializou a criação da DPCEV.  

O evento ocorreu no auditório da Direção-Geral da PCDF e contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar; do delegado-geral da corporação, José Werick de Carvalho; do  delegado-geral adjunto, Benito Augusto; do  diretor do Departamento de Inteligência, Tecnologia e Gestão da Informação (DGI), Saulo Ribeiro Lopes; e do delegado à frente da DPCEV, Fabrício Paiva. Na cerimônia, foram discutidas as ações que serão tomadas na divisão, como vai funcionar o trabalho e a composição da equipe. 

Além do delegado-chefe, 23 agentes compõem a equipe. Os policiais estarão divididos em seis seções, incluindo o cartório, as investigações, fontes humanas, cibernética e análise de vínculos. “Essas seções conversam entre si. O cartório, por exemplo, vai ser o local para processar o inquérito. As demais vão fazer o papel de captar dados. Na parte de análise, os servidores vão trabalhar essas informações com o objetivo de verificar se há ou não ação, uma suspeita de que possa ocorrer um fato criminoso”, explicou o delegado Fabrício Paiva. 

Na seção de fontes humanas e investigação, os agentes buscarão elementos de informação na sociedade, de forma a tentar detectar ações suspeitas e, a partir daí, deflagrar operações. “Devemos lembrar que vivemos em um estado democrático e nessa concepção temos contrato social, que deve ser respeitado na íntegra. O que percebemos, com base em estudo prévio, é de que esses movimentos não fazem parte de uma organização constituída, mas têm sido fomentados por aqueles que acreditam que possam vir a tornar o estado frágil”, detalhou Paiva. 

O secretário da SSP-DF, Sandro Avelar, ressaltou que há trabalhos em andamento na divisão no intuito de prevenir “eventos” como o ocorrido na noite de 13 de novembro, quando a Praça dos Três Poderes foi alvo de um atentado. Na ocasião, um homem identificado como Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, que foi candidato a vereador pelo Partido Liberal, explodiu artefatos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, depois, tirou a própria vida.

“Não foi a primeira vez. A PCDF tomou o cuidado de criar uma divisão, uma força a mais, adequada, preparada e qualificada para combater esse tipo de ato, que vem crescendo. E nós conseguiremos evitar que algo mais grave aconteça no DF. Brasília é palco de manifestações, sendo pacíficas ou não. E temos tido exemplos de atitudes radicais na capital”, frisou o chefe da pasta. 

José Werick, diretor-geral da PCDF, garante que a criação da divisão vai possibilitar a cooperação entre agências, a facilitação na análise de dados, na identificação de padrões comportamentais, bem como auxiliará na capacitação e no aprendizado dos servidores. "Sobretudo, é fundamental o engajamento da sociedade, com a participação de todos", finaliza. 

 

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