Chuvas no DF

Funcionários de lanchonete falam sobre salvamento durante enchente: 'Foi tudo muito rápido'

Correio esteve no local em que enxurrada carregou um carro nas imediações da Feira do Produtor. Relato de comerciantes apontam desespero com a destruição no local

O início da madrugada deste domingo (24/11) foi marcado por uma situação caótica criada pelas fortes chuvas no Sol Nascente. As precipitações geraram enxurradas que fizeram estragos em toda região. Um vídeo compartilhado pela página no Instagram "Ceilândia muita treta" mostra o exato momento em que um carro e duas pessoas são arrastadas pelas enchentes na via da Feira do Produtor.

A gravação mostrava um carro que estava preso em meio a enxurrada enquanto um homem tentava tirar o motorista de dentro. A força da água empurrou ambos para o meio da enchente. Enquanto os primeiro teve que ser resgatado pelos funcionários da lanchonete Kero Burgão, estabelecimento na frente do acidente, o outro homem se segurou em um poste na rua de baixo do ocorrido.

“Foi tudo muito rápido, quando vimos nossa hamburgueria estava cheia d’água”, conta James Herbert, um dos sócios do local. Os funcionários foram instruídos a fechar a loja quando viram o acidente. “Foi muita sorte, se tivéssemos fechado naquela hora ninguém ia ajudar aquelas pessoas”, acrescenta Matheus Souza, outro sócio do local.

Ambos contam que as chuvas causam danos com frequência, mas que ontem foi uma situação bem diferente na região. “Chegava a alagar, mas nunca dessa forma”, reflete Herbert. A marca de onde a água chegou na parede passa de 50 cm do chão. “Estamos cuidando dessa hamburgueria há seis meses, nunca tínhamos passado por isso”, diz Matheus. A chuva, no entanto, já alagou o lugar outras vezes, essa foi apenas a mais grave.

Os sócios da hamburgueria não conheciam os dois homens envolvidos no acidente, mas ficaram chocados. “Um deles saiu todo ralado, na barriga e no rosto. Ele chamou os bombeiros, mas o chamado não foi atendido”, afirma Matheus.

Quanto ao estabelecimento, os dois ainda não conseguiram avaliar o prejuízo com a água. “Sabemos que perdemos alguns alimentos, mas ainda não dá para calcular quanto financeiramente”, afirma Herbert. Os equipamentos elétricos de trabalho como geladeira, máquinas para divertir crianças e fornos ainda não foram ligados, portanto não há uma resposta sobre o funcionamento.

O que eles sabem é que perderam um dia de trabalho. “Hoje vamos avaliar as perdas, limpar a casa e esperar tudo secar para ligar e entender se tudo está funcionando”, pontua Herbert. “Só vai dar para entender o estrago entre a noite de hoje e amanhã de manhã”, completa.

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