Suspeito de matar a assistente social Bertha Victoria Kalva Soares, 27 anos, Edilson de Sousa Nascimento, 35, ganhou o livramento condicional em fevereiro deste ano, depois de ficar mais de 10 anos preso por homicídio e estupro cometido em 2013. O autor foi detido pela Polícia Civil (PCDF) na manhã deste sábado (23/11), no Condomínio Vista Bela. Ele negou o feminicídio.
O alvará de soltura de Edilson foi deferido em 28 de fevereiro e foi justificado pelo fato do detento não ter “usufruído de benefícios externos”, motivo este que não poderia impedir o livramento condicional. Na decisão assinada pelo juiz Bruno Aielo Macacari, o magistrado determina a soltura mediante o monitoramento eletrônico pela tornozeleira.
Apesar da decisão não ressaltar faltas graves cometidas por Edilson enquanto preso, o Correio obteve acesso a um documento judicial de regressão de regime em decorrência de uma fuga. Na ocasião, Edilson não retornou da saída temporária e ficou foragido entre 8 de junho de 2021 e 31 de agosto de 2021.
Assassinato brutal arrasa família
O Correio conversou com a mãe de Bertha. A professora aposentada Iracira Márcia, 57, diz não acreditar na fatalidade, mas que deseja ter apenas boas lembranças da filha caçula. Bertha levava uma vida tranquila e se dedicava dia e noite aos estudos para concurso público. A assistente social chegou a trabalhar de maneira voluntária em uma escola pública da região.
Há pouco tempo, saiu da casa da mãe para morar junto à namorada, também em Ceilândia. “Minha filha foi vítima do que ela mais defendia. Ela sempre lutou pela igualdade de gênero, questões raciais e violência contra a mulher”, desabafou a mãe.
Antes do ocorrido, Bertha mandou uma mensagem à namorada dizendo que iria dar carona ao homem, posteriormente identificado como Edilson. “Ela saiu para comprar cigarro e cerveja, deu carona e logo depois só soubemos da fatalidade. Ainda não temos a certeza dessa dinâmica. E se foi de outra forma?”, questiona a mãe.
O crime bárbaro ocorreu entre 22h e 23h50. Segundo a Polícia Civil (PCDF), Edilson simulou uma amizade com Bertha e, após isso, saiu no carro com a vítima. Horas depois, matou a jovem estrangulada e jogou o corpo em uma mata próxima. Em seguida, ateou fogo no veículo dela. A motivação do crime ainda é investigada pelos policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).