HOMENAGEM

Espaço Acolher celebra 21 anos em solenidade na Câmara Legislativa

A homenagem, promovida pela Secretaria da Mulher em parceria com a CLDF, também marca o início, no DF, da campanha nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

Para celebrar os 21 anos do Espaços Acolher (antigos Núcleo de Atendimento à Familia e ao Autor de Violência Doméstica - NAFAVDs), a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) foi palco de uma Sessão Solene, nesta terça-feira (19/11). A homenagem, promovida pela Secretaria da Mulher em parceria com a CLDF, reuniu autoridades, representantes da sociedade civil e servidores que atuam na linha de frente dessa política pública. Cerca 65 servidores foram reconhecidos por meio de moções de louvor, destacando o papel essencial de quem dedica esforços à causa da igualdade de gênero e ao enfrentamento da violência doméstica.

A comemoração também marca o início da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A mobilização anual, criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), busca conscientizar a população sobre as diversas formas de violência contra mulheres e meninas e acontece no Brasil de 20 de novembro —  Dia da Consciência Negra — a 10 de dezembro — Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Wellington Luiz, destacou a importância da homenagem e a necessidade de valorizar o papel das mulheres na construção de uma sociedade mais justa. "Uma mesa majoritariamente feminina como esta nos mostra que estamos no caminho certo. Homens que cuidam, protegem e respeitam as mulheres devem ser exemplos. Já os covardes, aqueles que agridem, devem ser excluídos de nossa sociedade", destacou.

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A Secretária de Estado da Mulher, Giselle Ferreira, reforçou durante a solenidade que salvar uma mulher é salvar uma família inteira. Ela celebrou os avanços da política pública e destacou a importância de ampliar os Espaços Acolher. "Nossa missão é estar cada vez mais próximos das comunidades, promovendo acolhimento humanizado e ações efetivas para interromper o ciclo de violência. Estamos muito felizes porque há 21 anos essa política pública tem funcionado muito bem", enfatizou.

A titular da pasta ainda pontuou que a Secretaria seguirá comprometida com a mudança de uma sociedade que respeite completamente as mulheres. "Não celebramos apenas os 21 anos, mas também a promessa de continuarmos transformando vidas. O trabalho está longe de terminar, mas seguimos comprometidos com a garantia de que nenhuma mulher enfrente a violência sozinha e estaremos aqui lutando para combatê-la."

A diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Karen Tatiane, ressaltou a relevância do trabalho de prevenção promovido pelo Espaço Acolher. "Prender agressores é essencial, mas precisamos ir além. O programa busca desconstruir a naturalização da violência que muitos homens carregam e proteger não só as mulheres, mas as famílias e as futuras gerações", afirmou.

Desafios

O secretário Executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury, reforçou, na cerimônia, que a violência doméstica não será resolvida apenas com repressão. "Definitivamente, a gente não pode inverter a ordem das coisas", afirmou. "A mulher não precisa morrer e desejamos que a violência não ocorra. Prender é necessário, mas o ideal é investir na prevenção. A educação é o caminho para mudar a mentalidade machista e enraizada em nossa sociedade", declarou.

Segundo ele, mais de 60% das mulheres vítimas de agressão não procuraram as autoridades, embora 25% de todas as das prisões em flagrante no DF decorram de violência doméstica.

Criados em 2003, os Espaços Acolher fazem parte de um projeto pioneiro no Brasil. Antes mesmo da Lei Maria da Penha, essas unidades atuavam não somente no acolhimento de vítimas, mas também na conscientização e responsabilização de agressores. Em 2023, com oito unidades em funcionamento, foram realizados 9.064 atendimentos, sendo 7.152 direcionados a autores de violência e 1.912 às vítimas. Em 2024, entre janeiro e outubro, foram registrados 9.518 atendimentos, reforçando a importância dessa política pública.

O ingresso nos Espaços Acolher ocorre por encaminhamento pelo Poder Judiciário ou pelo Ministério Público, de mulheres e homens envolvidos em situações de violência doméstica e familiar, tipificadas pela Lei Maria da Penha, acima de 18 (dezoito) anos. O autor ou autora de violência doméstica pode procurar o serviço de forma espontânea.

Para acessar o serviço, é necessário apresentar RG e CPF em uma das nove unidades distribuídas em diferentes regiões administrativas: Plano Piloto, Ceilândia, Brazlândia, Gama, Paranoá, Planaltina, Santa Maria, Sobradinho ou Samambaia.

Atualmente, essas unidades oferecem suporte psicológico, social e pedagógico. Além disso, promovem grupos reflexivos para trabalhar temas como responsabilização de agressores e fortalecimento das vítimas. 

Acesse aqui os endereços e contatos dos Espaços Acolher.

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