Investigação

Guerra cigana tem rapto de menina de 12 anos e execução em Sobradinho

Antes de ser assassinado, Pedro Gonçalves e o filho de 16 anos teriam raptado uma menina de 12 anos. A adolescente mantinha uma relação com o filho de Pedro e foi levada para morar com o jovem em outra cidade

Executado a tiros dentro de uma padaria em Sobradinho 2, Pedro Gonçalves Guimarães Junior, 40 anos, teria tentado matar, em junho do ano passado, um integrante de um grupo cigano rival. O suposto ataque ocorreu na cidade de Goianira (GO). Pedro e o filho de 16 anos teriam raptado a neta da vítima, de 12 anos, da cidade de Itaberaí (GO), e levado para Goianira. A menina teria sido transportada sem o consentimento da família para se casar com o filho de Pedro. 

O Correio teve acesso à denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), que detalha os fatos. Segundo o documento, na madrugada de 14 de junho de 2023, o filho de Pedro foi sozinho de carro buscar a menina em casa, em Itaberaí, e levá-la à cidade de Goianira, onde ele  morava. Pedro se encontrou com o filho mais tarde, após pedir carona a um vizinho até o trevo de Caturaí, alegando que o adolescente tinha furado o pneu do veículo e precisava de ajuda.

Segundo consta nos autos, o filho de Pedro mantinha um relacionamento amoroso com a adolescente e ambos planejavam se encontrar naquele dia para morar juntos em Goianira. Inicialmente, a polícia suspeitou que a menor tivesse sido retirada à força de casa, mas a hipótese enfraqueceu depois de os investigadores interceptarem as conversas entre os adolescentes. Os diálogos revelaram que o encontro havia sido combinado previamente.

Ataque

Poucas horas depois do rapto, por volta das 11h30, Pedro teria se encontrado com o avô da adolescente. O homem, membro de um grupo cigano rival, havia ido buscar a neta quando sofreu um ataque a tiros. 

Pedro teria efetuado vários disparos contra a vítima, que conseguiu escapar com vida. À época, uma equipe da Polícia Militar patrulhava pela região, quando ouviu os disparos. No local, os militares presenciaram o ataque, ordenando que Pedro largasse a arma. Ele ignorou o chamado e ainda teria atirado contra os PMs, que revidaram, mas não o atingiram.

O cigano se rendeu e foi preso em flagrante. O MPGO solicitou a absolvição primária de Pedro pelos crimes de sequestro e cárcere privado de menor de idade para fins libidinosos, por falta de provas. No entanto, manteve a denúncia por homicídio tentado e corrupção de menores. 

Morte 

Pedro Gonçalves foi morto nesse domingo (17/11) também por causa de uma guerra entre famílias ciganas. A polícia, por meio da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2), descobriu que ele e a esposa vieram para o DF há cerca de um mês para fugir de um confronto com os parentes da companheira, uma vez que o casal havia recebido uma ameaça por parte do primo da mulher. Esse primo, por sua vez, já teria executado o irmão e o sobrinho da esposa de Pedro. 

“Há indícios de que o veículo entrou no DF na manhã de domingo (17/11). O homem praticou o crime e seguiu em direção a Tocantins”, detalhou o delegado Ricardo Viana, chefe da 35ª DP. Os investigadores têm o nome de dois suspeitos apontados como mandantes do homicídio.

 

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