CUFA-DF

Projetos, sonhos e histórias das favelas

Iniciativas como a da Cufa repercutem positivamente para a população. Nesse cenário, o braço da entidade, em Brasília, também atua de forma propositiva

Na quinta-feira, a Central Única das Favelas (Cufa) apresentou o Communiqué, documento que será entregue aos líderes do G20 com as demandas de favelas, comunidades e de periferias em municípios e estados do Brasil. Pelo levantamento, outros 48 países também foram escutados para abordar temas relacionados à sustentabilidade, direitos humanos, combate às desigualdades e à fome. 

Iniciativas como a da Cufa repercutem positivamente para a população. Nesse cenário, o braço da entidade, em Brasília, também atua de forma propositiva, por meio dos seus líderes comunitários, para oferecer soluções e fazer a ponte com famílias locais. Ao todo, a entidade possui 15 polos presentes em diversas regiões administrativas. 

No Distrito Federal há mais de uma década, a Central Única das Favelas (Cufa-DF) é uma organização que possui, ainda, atuação em 26 estados brasileiros. Com reconhecimento internacional, foi criada a partir da união entre jovens de várias favelas que buscavam espaços para expressarem suas atitudes, questionamentos ou simplesmente sua vontade de viver.

Na capital, seguindo o seu compromisso de mudança política e social, oferece projetos gratuitos voltados para jovens das periferias. O objetivo da entidade, na prática, é permitir a valorização da diversidade e da equidade em territórios em situação de vulnerabilidade, promovendo empreendedorismo, desenvolvimento socioeconômico e cultural para jovens.

"Nascida da união de jovens, em sua maioria negros, que buscavam expressar suas ideias e talentos, a Cufa promove ações nos âmbitos social, esportivo e cultural, proporcionando acesso a recursos e espaços que essas comunidades muitas vezes não têm. Hoje, a Cufa é reconhecida nacional e internacionalmente pela sua atuação e impacto", explica Bruno Kesseler, presidente da entidade no DF.

De acordo com Bruno, o trabalho realizado está em estreita colaboração com as lideranças e moradores das comunidades. "Mantemos um diálogo constante, ouvindo as demandas locais e adaptando nossos projetos para atender às reais necessidades das comunidades. Esse contato direto nos permite atuar de maneira eficaz e desenvolver iniciativas que realmente fazem a diferença", comenta o presidente.

Projetos sociais

Promover ações de cunho social, esportivo e artístico é parte da premissa da Cufa-DF. Entre as iniciativas, o presidente conta que a entidade se dedica à Taça das Favelas, campeonato de futebol de campo que promove a integração e dá visibilidade ao talento esportivo nas favelas; ao Top Cufa, concurso de beleza que celebra a diversidade e beleza das favelas; e ao Cufa Empreenda, programa de capacitação em empreendedorismo, preparando jovens para o mercado e incentivando a criação de negócios. 

Além disso, a organização também se mobiliza por meio do Turismo e Empregabilidade, responsável por oferecer oficinas de capacitação em diversas áreas do turismo; e também com a Liga Internacional de Basquete de Rua (LIIBRA), que resgata a prática do basquete 3 x 3 nas comunidades, incentivando a participação esportiva e o trabalho em equipe.

Hoje e amanhã, a atenção da Cufa-DF estará dedicada à Expo Favela, uma feira de negócios cujos expositores são empreendedores e startups de favelas. O presidente ressalta que os visitantes podem esperar uma programação diversificada, com debates, exposições, mentorias, pitches de startups, camelódromo com produtos locais e muitas atrações culturais. O evento acontece no Sesi Lab, localizado no Setor Cultural Sul, ao lado da Rodoviária do Plano Piloto. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados pelo Sympla.

"A Expo Favela é um evento que promove a economia criativa das favelas, reunindo empreendedores, artistas e lideranças comunitárias para expor seus trabalhos e conectar-se com o mercado. Queremos que o evento reforce o valor e a potência das favelas como centros de inovação e cultura, e ofereça oportunidades de negócio e visibilidade para esses talentos", destaca Bruno.

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Três perguntas para Bruno Kesseler, presidente da Cufa-DF

Qual a importância de promover ações de cunho social, esportivo e artístico para a população?

Essas ações são essenciais para proporcionar acesso a oportunidades e para a inclusão social. Muitas vezes, as populações de favelas e periferias são marginalizadas, e projetos como os da Cufa-DF oferecem um caminho para que esses jovens descubram e desenvolvam seus talentos, construindo perspectivas de futuro e fortalecendo suas identidades.

Como a cultura e a arte são utilizadas como ferramentas de transformação social nas favelas?

A cultura e a arte permitem que os jovens se expressem e se conectem com suas raízes, ao mesmo tempo em que adquirem habilidades que podem ser aplicadas em suas vidas pessoais e profissionais. Na Cufa, acreditamos que a cultura é um meio poderoso de transformação social, capaz de ampliar horizontes e mudar perspectivas, tanto dos participantes quanto do público em geral.

Quais são os planos futuros da Cufa para expandir suas atividades ou impactar mais comunidades?

Queremos ampliar o alcance dos nossos projetos, levando mais oficinas de capacitação, programas culturais e esportivos para outras regiões do DF e entorno. Também buscamos novas parcerias para fortalecer nossas atividades e atingir um número ainda maior de jovens.

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