Mistério

Saiba quem é o homem encontrado morto com mãos e pescoço amarrados no Lago

O homem encontrado morto com mãos e pescoço amarrados no Lago Paranoá é Adenor Santos Pereira, 35 anos, morador de uma invasão da Asa Norte

Peritos papiloscopistas identificaram o homem encontrado morto com as mãos e o pescoço amarrados em uma pedra, a 70 metros da margem do Lago Paranoá, no final da manhã desta terça-feira (12/11). Trata-se de Adenor Santos Pereira, 35 anos, morador de uma invasão da Asa Norte.

O corpo do homem foi encontrado nu. Segundo informações preliminares, Adenor teria sido morto há cerca de 48 horas antes do corpo ser localizado. Um inquérito foi instaurado na 5ª Delegacia de Polícia (área central) para investigar o caso.

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Comoção

Nas redes sociais, a organização sem fins lucrativos BSB Invisível, que traz relatos de pessoas em situação de rua, publicou a história de Adenor. “Conhecemos ele há muito tempo e era uma pessoa muito querida. Que a alma dele seja guiada em paz”. Na mensagem, escrita na primeira pessoa e na época em que tinha 29 anos, Adenor se apresenta e relata estar na rua há 20 anos.

“Não tive nenhuma oportunidade na vida. Na verdade, consegui o Bolsa Família, R$ 120 para manter quatro filhos, eu e minha esposa. Não dá para sobreviver com isso. Queria mesmo era que o governo prestasse mais atenção na nossa existência e fizesse algo eficiente para ajudar a nos tirar dessa situação, porque só vai se prolongando, passando de geração pra geração. Queria ao menos ajuda para tirar meus filhos daqui! A gente trabalha o dia todo olhando carro e quando vê, no final do mês, não conseguimos juntar nem R$ 300 para pagar um aluguel. Agora que está de dia, movimentado, é tranquilo. Mas de noite a situação muda. É muito perigoso, vem gente de todo jeito. Como criar os filhos nessas condições? Além disso, ser morador de rua gera muito preconceito nas pessoas. Um dia desses estava voltando do comercial, à noite, e duas pessoas mudaram o lado da calçada e começaram a andar mais rápido. Só porque nós andamos mal vestidos e com uma aparência ruim. Eu peço, para vocês que estão lendo, orarem pela gente e para quem tem muito dar valor pro que tem. Porque nós que não temos nada damos valor ao mínimo que conquistamos. E isso eu digo porque a vida que a gente leva aqui, eu não desejo pra ninguém. Quando a gente recebe qualquer doação é motivo máximo de comemoração. Nem que seja uma camisa rasgada, a gente remenda, dá um jeito! Para nós aqui, qualquer ajuda é muito valiosa”, escreveu.

 


 

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