Desde a adolescência, Paulo Maurício, o Poli, sabia o caminho que iria percorrer no futuro: o direito. O brasiliense é candidato à presidência da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e contou, em entrevista ao Podcast do Correio, conduzido pelas jornalistas Ana Maria Campos e Adriana Bernardes, a trajetória na advocacia, os impasses e as vitórias na carreira.
Filho de servidores públicos, Poli foi o primeiro da família a optar pelo curso de direito pelo simples fato de gostar de ajudar as pessoas. "Desde o começo, sabia que o direito era o caminho, porque gostava de estar com gente, ajudar pessoas, trabalhar onde tem problema, e já fazia isso na escola. Gostava de grêmio, de centro acadêmico e sempre fui muito envolvido em grupo. A advocacia é isso: é estar em grupo, estar ajudando as pessoas".
O advogado relembrou dos tempos de escola, das gincanas, das festas e das competições. Era ele que dançava, cantava e estava envolvido em todos os eventos. Chegou a ser representante de classe e de grêmio. A descoberta da paixão pela advocacia ocorreu depois de fazer um estágio em um escritório para trabalhar com o direito tributário e empresarial. "Costumo brincar que na área do direito, muitas vezes, você é escolhido, e não escolhe. Eu me apaixonei pela área (no estágio), comecei a estudar, fiz pós-graduação, mestrado e me tornei advogado empresarial e tributário desde então", detalhou.
Questionado sobre a vontade de fazer concurso público, Poli deixou claro que nunca quis tomar outro rumo na carreira. Há 17 anos, fundou o próprio escritório de advocacia, depois de acumular uma vasta experiência em outras bancas. "Como eu sou advogado 100% particular, claro que tem meses bons, meses ruins, tem momentos em que você tem o seu escritório com mais atividade, menos atividade. Você tem que ter uma preparação para isso, é um estilo de vida diferente", destacou.
Poli citou, ainda, as dificuldades enfrentadas no período da pandemia causada pelo coronavírus. À época, ele atuava como diretor financeiro da OAB-DF. Apesar de ter sido infectado pelo vírus duas vezes, não teve complicações. "Minha esposa chegou a ser internada, tivemos que ficar com ela no hospital por um tempo, mas foi tudo bem, graças a Deus. Não tive nenhuma intercorrência maior com parentes próximos, mas foi um momento de grande desafio. Da Ordem nem se fala, porque nós tivemos que fechar as portas, transformar a Ordem toda num aspecto tecnológico para atender à advocacia, parlatório virtual para atender aos presos. A OAB-DF foi a única que conseguiu fazer com que o sistema prisional do DF não parasse em nenhum momento."
Infância e legado
Para além da advocacia, Poli sempre manteve uma relação de amor com o esporte. Na escola, chegou a integrar times de futebol, handebol e vôlei. A infância também foi marcada pelas brincadeiras de rua ao lado de amigos, quando morava na Asa Norte. "Era uma vida mais livre (do que a dos adolescentes de hoje). A gente andava de ônibus o tempo inteiro aqui em Brasília, ia para os lugares, não tinha celular, não tinha tanto controle. Hoje, ficamos um pouco mais preocupados com isso. Mas eu dou liberdade para eles (meus dois filhos). São momentos diferentes, formas diferentes, mas que acho que tem características próximas, que é de querer estar com pessoas", frisa.
Nos momentos livres e fora do trabalho, Poli procura estar junto à família e carrega, no peito, a paixão pelo time do Vasco que, segundo ele, segue há cinco gerações. Outra paixão de Poli é Brasília. O advogado nunca cogitou morar em outro lugar. Ao longo da vida, morou fora por duas vezes: uma para fazer intercâmbio nos Estados Unidos e a outra para fazer um mestrado em São Paulo. "Uma vez, tive convite profissional para morar em São Paulo e trabalhar, mas não quis porque eu não queria sair de Brasília de forma nenhuma. Eu gosto da cidade, gosto do ambiente, dos amigos, da nossa dinâmica. Essa cidade é sensacional."
Apesar disso, ele cita alguns problemas a serem solucionados. "Acho que tem havido um crescimento um pouco desordenado. Essa questão da segurança e do trânsito é um problema que a gente tem vivenciado, que não era comum."
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