O Tribunal do Júri de Brasília tornou réus três policiais militares envolvidos em um caso de disparos contra uma BMW durante uma blitz no Eixo Monumental, em outubro do ano passado. O incidente resultou na morte do passageiro do veículo, Islan da Cruz.
A decisão foi proferida nesta terça-feira (5/11), e o processo segue em segredo de Justiça. O juiz Paulo Rogério Santos Giordano acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que aponta que os policiais atiraram contra o veículo conduzido por Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior.
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Segundo o MP, os policiais estavam posicionados em duas barreiras. O motorista teria se recusado a abrir os vidros e a desembarcar, ignorando as ordens dos agentes no bloqueio inicial. Para os promotores, porém, os três policiais agiram de forma dolosa ao dispararem contra o carro, sem considerar o risco de atingir o motorista e o passageiro.
O policial que atuava na primeira blitz foi denunciado por homicídio simples. Os dois agentes posicionados na segunda barreira responderão por homicídio simples e tentativa de homicídio. Raimundo Cleofás foi inocentado em agosto deste ano da acusação de tentativa de homicídio contra um dos policiais e, por isso, não será submetido a júri popular. No entanto, ele responde a outras acusações.
Morte na blitz
Durante a Operação Álcool Zero, o veículo de Raimundo Cleofás saiu da fila para fiscalização do primeiro bloqueio e atropelou um dos policiais responsáveis pela ação. Nesse momento, os agentes de segurança efetuaram os primeiros disparos em direção aos pneus. Chegando no segundo ponto de contenção, logo à frente, o motorista tentou novamente fugir e os policiais realizaram novos disparos.
Morador de São Sebastião, Islan da Cruz Nogueira, 24 anos, era passageiro, e morreu no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O veículo tinha ao menos cinco marcas de tiro nos vidros traseiro e dianteiro, capô e porta. Após a morte do jovem, o corpo foi encaminhado à sede do Instituto de Medicina Legal (IML), da PCDF, assim como o carro envolvido.