CRIME ORGANIZADO

PCDF anuncia prisão de 12 suspeitos ligados ao Comboio do Cão

A ação teve como objetivo desarticular o esquema de lavagem de dinheiro e fraudes financeiras que envolvia empresas de fachada

PCDF deflagrou nesta quinta-feira (28/11) a operação Fittizia -  (crédito: Davi Cruz/CB/DA Press)
PCDF deflagrou nesta quinta-feira (28/11) a operação Fittizia - (crédito: Davi Cruz/CB/DA Press)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu 14 mandados de prisão cautelar e 14 de busca e apreensão, resultando na prisão de 12 suspeitos de fazerem parte da facção Comboio do Cão. Além disso, foram apreendidos dois apartamentos, três veículos e foi autorizado o bloqueio de R$ 6,5 milhões em contas bancárias. A operação, batizada como Fittizia, foi realizada por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), nesta quinta-feira (28/11).

A ação teve como objetivo desarticular o esquema de lavagem de dinheiro e fraudes financeiras que envolvia empresas de fachada, utilizadas para ocultar e movimentar recursos ilícitos oriundos de crimes como tráfico de drogas e delitos patrimoniais. A investigação ganhou força após a prisão de uma das lideranças da organização criminosa em junho deste ano, Bruno da Silva Santarém Ataides, conhecido como Xita, que era o lavador de dinheiro do Comboio do Cão.

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Entre os suspeitos, está a companheira de Xita. Segundo as autoridades, a esposa do criminoso deu continuidade às operações financeiras ilícitas após a prisão do parceiro. “Identificamos que ela realizou movimentações financeiras significativas após ele ser preso, o que levou à decretação de sua prisão. Há fortes indícios de que ela continuou gerenciando parte das operações da organização criminosa”, explicou o delegado-chefe da Draco, Paulo Francisco.

De acordo com investigações, a facção criminosa investigada é de origem local, com atuação predominante no DF. No entanto, o delegado Paulo Francisco explicou que organização também estabeleceu conexões interestaduais com outros grupos. "Essa é uma facção local, mas houve prisões de lideranças fora de Brasília, em estados como Ceará e Rio Grande do Norte. Isso demonstra que, mesmo sendo de origem local, ela possui ramificações em outras regiões devido às alianças", disse.

 



O esquema criminoso operava por meio de empresas de fachada, que emitiam notas fiscais falsas e transferiam recursos entre contas bancárias. Algumas empresas, embora registradas em endereços específicos, não existiam fisicamente. "Eles criavam esses comércios que não desempenhavam atividade econômica nenhuma e apenas movimentavam recursos. Algumas dessas empresas até existiram fisicamente por um breve período, mas a maioria só existia no papel", afirmou o delegado-chefe da Draco.

Próximos passos

Após as prisões e apreensões feitas nesta quinta-feira (28), a investigação vai entrar em uma nova fase. Os documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos passarão por análise com o objetivo de identificar novas conexões, ampliar o rastreamento de bens e localizar outras empresas envolvidas. Até o momento, mais de 10 empresas foram vinculadas ao esquema.

“Durante as buscas, encontramos contratos sociais de outras empresas e diversos documentos que indicam que há mais pessoas e negócios envolvidos”, afirmou Paulo Francisco. Ele também ressaltou a importância de enfraquecer financeiramente a facção criminosa. “Atacar o patrimônio é fundamental”, ressaltou o delegado.

Segundo ele, mesmo com o bloqueio inicial de R$ 6,5 milhões, o total movimentado pode ultrapassar R$ 10 milhões, dependendo das novas descobertas. A investigação segue em curso, com a expectativa de novas prisões e apreensões.

postado em 28/11/2024 14:51
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