"A mureta segurou o caminhão, mas a pedra veio com tudo pra cá. Eu estava no quarto. Se o portão estivesse aberto e o carro não estivesse na frente, eu não estaria aqui, com certeza. Nasci de novo. A casa tremeu toda. Parecia que um avião estava caindo em cima da casa. Coisa de filme.”
Este é o relato de Kelsi do Carmo, dono da casa e do veículo destruídos no acidente da Fercal que matou um menino de 9 anos e deixou outra criança de 2 com ferimentos. Uma das pedras desprendidas do caminhão que tombou atingiu em cheio o portão da casa dele, destruindo-o completamente. O veículo estacionado na garagem também não escapou e teve o porta-malas esmagado pela força do impacto. A vítima está sendo velada na tarde desta quarta (27/11), no cemitério de Sobradinho.
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O proprietário da casa, ainda em choque com a situação, lamentou também a falta de contato por parte do poder público. "Até agora, ninguém veio aqui para se responsabilizar pelos danos. A gente fica sem saber o que fazer. Esse problema não é de hoje, mas ninguém toma providência", desabafou.
O caso
Guilherme Pires dos Santos Silva, de 9 anos, estava na frente da casa da tia, acompanhado do primo de dois anos, quando o acidente aconteceu, na manhã de terça-feira (26/11). O caminhão caçamba, carregado com areia e pedras grandes, perdeu o freio e tombou em uma curva, e as pedras rolaram na direção das crianças. O menino conseguiu empurrar o carrinho onde estava o bebê, que foi atingido de raspão. A criança foi levada ao Hospital Regional de Sobradinho. Segundo informações médicas, o bebê passa bem.
O motorista do caminhão, de 36 anos, ficou preso às ferragens e foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF) em estado grave. Ele também foi encaminhado ao Hospital Regional de Sobradinho.
A 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) investiga as causas do acidente.