Recém-criada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), a Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (Dpcev) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) será chefiada pelo delegado Fabrício Augusto Paiva. A nomeação foi oficializada na edição desta quarta-feira (27/11) do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
Fabrício Augusto Paiva é conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão no Distrito Federal. Ele esteve à frente das investigações sobre o serial killer Marinésio dos Santos Olinto, responsável por feminicídios na região de Planaltina. O maníaco permanece detido no Complexo Penitenciário da Papuda, com penas que ultrapassam 60 anos de cadeia.
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Outro caso notório sob a liderança dele foi a morte do bebê Henry, de 1 ano e 9 meses, ocorrida no início do ano. As investigações apontaram que a mãe da criança e o namorado dela foram responsáveos pelo crime. Em depoimento, a mãe confessou ter jogado o filho contra a parede. Fabrício também desempenhava função no combate a facções criminosas de Planaltina, como a Gangue do Pombal.
Antes de assumir o novo cargo, ele foi escrivão e atuou em delegacias regionais de Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia e Planaltina, onde ocupou o posto de delegado-chefe. Fabrício também integrou a equipe da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos e da Delegacia da Criança e do Adolescente.
A divisão antiterrorismo foi criada após um atentado cometido por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13/11). Francisco Wanderley também tinha alugado uma casa na região, onde instalou uma bomba que explodiu assim que um robô da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) entrou na residência.
Horas antes de tentar explodir um artefato nas proximidades da Praça dos Três Poderes, Francisco publicou em uma rede social uma foto dentro do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhada da frase: “deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”.
Na postagem, o homem exibia uma conversa no WhatsApp com ele mesmo, na qual afirmava estar dentro do STF. A mensagem, datada às 23h22 (sem indicação do dia), continha também a frase: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro); ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)”.
O homem acabou morrendo após ser atingido por um dos artefatos que levava consigo.
Moraes era o alvo
A ex-mulher de Francisco afirmou à Polícia Federal que o objetivo dele matar o ministro Alexandre de Moraes. A informação foi repassada pelo diretor da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues.
"O alvo principal era o assassinato do ministro Alexandre de Moraes e parece que esta pessoa tenha tentado ingressar no prédio do Supremo, não conseguiu e fez o que fez ali", afirmou o policial federal. A ex-mulher de Francisco se chama Daiane Dias. Ela está internada em um hospital de Santa Catarina após a casa onde morava com Francisco ter pegado fogo.