O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, na tarde desta segunda-feira (25/11), a primeira edição do Boletim do Comércio Exterior do Distrito Federal. O estudo atual traz dados sobre o primeiro trimestre de 2024.
Manoel Barros, diretor-presidente do IPEDF, ressaltou que é um estudo inédito. “Ele surgiu de uma demanda do setor produtivo e da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter), no sentido de ter um documento oficial que mostrasse como funciona o comércio exterior no DF”, explicou.
A balança comercial do DF, que é a diferença entre as exportações (US$ 49,6 milhões) e as importações (US$ 335,1), apresentou deficit de US$ 285,5 milhões. Diretora de Estatísticas e Pesquisas Socioeconômicas do instituto, Adrielli Dias destacou que esse saldo, normalmente, é negativo.
“Isso ocorre pelo fato de as compras públicas do governo federal serem contabilizadas na balança comercial do DF. Por isso, temos essa superioridade das importações”, esclareceu. Adrielli comentou que, no 1º trimestre deste ano, as exportações e importações do DF recuaram 51,8% e 71,8%, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2023.
“No caso das exportações, esse recuo está relacionado com os estoques internacionais, que estavam elevados no primeiro trimestre de 2024, fazendo com que a compra, principalmente de grãos, não fosse tão expressiva, como era esperada”, pontuou. “Sobre as importações, a diminuição na compra de vacinas teve um grande impacto nessa redução”, observou a especialista do IPEDF.
Destaques
Apesar de responder por uma pequena fatia do comércio exterior nacional (apenas 0,1% das exportações e 0,6% das importações do Brasil), o Distrito Federal tem se destacado em nichos específicos.
A capital se posicionou como o terceiro maior exportador de sorgo para semeadura e de morangos frescos, além de ocupar a nona posição nas exportações de carnes congeladas de aves. Por outro lado, o DF ainda tem participação limitada na exportação de produtos como soja e milho, que são de grande relevância para a economia local.
Diversificação
A indústria de transformação foi a principal responsável pelas exportações (78,9%) e importações (99,8%) do DF, com destaque para o aumento nas importações de produtos agropecuários, que subiram 168% em relação ao ano anterior.
No entanto, o setor agropecuário representou uma fatia menor nas importações (0,2%) e nas exportações (21,1%). Um dos produtos que se destacou foi a carne suína, com crescimento de 267,8% no valor das importações, o que indica uma mudança nas tendências de consumo e comércio do Distrito Federal.
A diretora de Estatísticas e Pesquisas Socioeconômicas do IPEDF avaliou que as exportações e importações do DF são concentradas em poucos produtos e mercados, e destacou a necessidade de explorar novos nichos.
“Principalmente incentivar e descobrir o potencial de cultivos que não aparecem no top 5 da pauta de exportações e importações do DF, além de fomentar o comércio local e outras iniciativas, para que a gente possa explorar e aumentar a competitividade do comércio exterior do DF, tanto na pauta nacional quanto internacional”, avaliou Adrielli.