Investigação

Preso por matar assistente social saiu da cadeia em fevereiro

Bertha Victoria Kalva Soares, 27 anos, foi estrangulada e teve o corpo jogado em uma mata próxima

Vítima tinha 27 anos e era assistente social -  (crédito: Redes sociais)
Vítima tinha 27 anos e era assistente social - (crédito: Redes sociais)

Suspeito de matar a assistente social Bertha Victoria Kalva Soares, 27 anos, Edilson de Sousa Nascimento, 35, ganhou o livramento condicional em fevereiro deste ano, depois de ficar mais de 10 anos preso por homicídio e estupro cometido em 2013. O autor foi detido pela Polícia Civil (PCDF) na manhã deste sábado (23/11), no Condomínio Vista Bela. Ele negou o feminicídio. 

O alvará de soltura de Edilson foi deferido em 28 de fevereiro e foi justificado pelo fato do detento não ter “usufruído de benefícios externos”, motivo este que não poderia impedir o livramento condicional. Na decisão assinada pelo juiz Bruno Aielo Macacari, o magistrado determina a soltura mediante o monitoramento eletrônico pela tornozeleira. 

  • Iracira (D) sobre a filha (E):
    Iracira (D) sobre a filha (E): " Ainda não temos certeza do que houve" Arquivo pessoal
  • Vítima tinha 27 anos e era assistente social
    Vítima tinha 27 anos e era assistente social Redes sociais
  •  23/011/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades.  Na foto, Iraci Marcia - Mãe da Bertha Victoria Kalva Sores - morta - 21ª vitima - Feminicidio no DF.
    23/011/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Na foto, Iraci Marcia - Mãe da Bertha Victoria Kalva Sores - morta - 21ª vitima - Feminicidio no DF. Ed Alves/CB/DA.Press
  • Depois de matar a jovem, acusado ateou fogo no veículo
    Depois de matar a jovem, acusado ateou fogo no veículo Material cedido ao Correio

Apesar da decisão não ressaltar faltas graves cometidas por Edilson enquanto preso, o Correio obteve acesso a um documento judicial de regressão de regime em decorrência de uma fuga. Na ocasião, Edilson não retornou da saída temporária e ficou foragido entre 8 de junho de 2021 e 31 de agosto de 2021.

Assassinato brutal arrasa família

O Correio conversou com a mãe de Bertha. A professora aposentada Iracira Márcia, 57, diz não acreditar na fatalidade, mas que deseja ter apenas boas lembranças da filha caçula. Bertha levava uma vida tranquila e se dedicava dia e noite aos estudos para concurso público. A assistente social chegou a trabalhar de maneira voluntária em uma escola pública da região. 

Há pouco tempo, saiu da casa da mãe para morar junto à namorada, também em Ceilândia. “Minha filha foi vítima do que ela mais defendia. Ela sempre lutou pela igualdade de gênero, questões raciais e violência contra a mulher”, desabafou a mãe. 

Antes do ocorrido, Bertha mandou uma mensagem à namorada dizendo que iria dar carona ao homem, posteriormente identificado como Edilson. “Ela saiu para comprar cigarro e cerveja, deu carona e logo depois só soubemos da fatalidade. Ainda não temos a certeza dessa dinâmica. E se foi de outra forma?”, questiona a mãe.

O crime bárbaro ocorreu entre 22h e 23h50. Segundo a Polícia Civil (PCDF), Edilson simulou uma amizade com Bertha e, após isso, saiu no carro com a vítima. Horas depois, matou a jovem estrangulada e jogou o corpo em uma mata próxima. Em seguida, ateou fogo no veículo dela. A motivação do crime ainda é investigada pelos policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).

postado em 23/11/2024 21:27
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