Aos 27 anos, Bertha Victoria Kalva Soares carregava uma bagagem de exemplo e defendia incansavelmente os direitos das mulheres e a igualdade de gênero. De maneira covarde e cruel, a assistente social teve a vida ceifada brutalmente na noite de sexta-feira (22/11). O suspeito do crime, Edilson de Sousa Nascimento, 35, conhecia a vítima havia três dias e, antes de cometer o feminicídio, pediu uma carona à ela ao sair de um bar de Ceilândia.
O Correio conversou com a mãe de Bertha. A professora aposentada Iracira Márcia, 57, diz não acreditar na fatalidade, mas que deseja ter apenas boas lembranças da filha caçula. Bertha levava uma vida tranquila e se dedicava dia e noite aos estudos para concurso público. A assistente social chegou a trabalhar de maneira voluntária em uma escola pública da região.
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Há pouco tempo, saiu da casa da mãe para morar junto à namorada, também em Ceilândia. “Minha filha foi vítima do que ela mais defendia. Ela sempre lutou pela igualdade de gênero, questões raciais e violência contra a mulher”, desabafou a mãe.
Noite do crime
Antes do ocorrido, Bertha mandou uma mensagem à namorada dizendo que daria carona ao homem, posteriormente identificado como Edilson. “Ela saiu para comprar cigarro e cerveja, deu carona e logo depois só soubemos da fatalidade. Ainda não temos a certeza dessa dinâmica. E se foi de outra forma?”, disse a mãe.
O crime bárbaro ocorreu entre 22h e 23h50. Segundo a Polícia Civil, Edilson simulou uma amizade com Bertha e, após isso, saiu no carro com a vítima. Horas depois, matou a jovem estrangulada e jogou o corpo em uma mata próxima. Em seguida, ateou fogo no veículo dela. A motivação do crime ainda é investigada pelos policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).