Investigação

Assistente social morta após dar carona lutava pelos direitos das mulheres

Bertha Victoria Kalva Soares foi estrangulada e foi jogada em uma área de mata, em Ceilândia. Assassino foi preso

Iracira, mãe da vítima:
Iracira, mãe da vítima: "Ela saiu para comprar cigarro e cerveja, deu carona e logo depois só soubemos da fatalidade. Ainda não temos a certeza dessa dinâmica. E se foi de outra forma?" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Aos 27 anos, Bertha Victoria Kalva Soares carregava uma bagagem de exemplo e defendia incansavelmente os direitos das mulheres e a igualdade de gênero. De maneira covarde e cruel, a assistente social teve a vida ceifada brutalmente na noite de sexta-feira (22/11). O suspeito do crime, Edilson de Sousa Nascimento, 35, conhecia a vítima havia três dias e, antes de cometer o feminicídio, pediu uma carona à ela ao sair de um bar de Ceilândia. 

  • Bertha ao lado da mãe
    Bertha ao lado da mãe Arquivo pessoal
  • Vítima tinha 27 anos e era assistente social
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  •  23/011/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades.  Na foto, Iraci Marcia - Mãe da Bertha Victoria Kalva Sores - morta - 21ª vitima - Feminicidio no DF.
    23/011/2024 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Na foto, Iraci Marcia - Mãe da Bertha Victoria Kalva Sores - morta - 21ª vitima - Feminicidio no DF. Ed Alves/CB/DA.Press

O Correio conversou com a mãe de Bertha. A professora aposentada Iracira Márcia, 57, diz não acreditar na fatalidade, mas que deseja ter apenas boas lembranças da filha caçula. Bertha levava uma vida tranquila e se dedicava dia e noite aos estudos para concurso público. A assistente social chegou a trabalhar de maneira voluntária em uma escola pública da região.

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Há pouco tempo, saiu da casa da mãe para morar junto à namorada, também em Ceilândia. “Minha filha foi vítima do que ela mais defendia. Ela sempre lutou pela igualdade de gênero, questões raciais e violência contra a mulher”, desabafou a mãe. 

Noite do crime

Antes do ocorrido, Bertha mandou uma mensagem à namorada dizendo que daria carona ao homem, posteriormente identificado como Edilson. “Ela saiu para comprar cigarro e cerveja, deu carona e logo depois só soubemos da fatalidade. Ainda não temos a certeza dessa dinâmica. E se foi de outra forma?”, disse a mãe.

O crime bárbaro ocorreu entre 22h e 23h50. Segundo a Polícia Civil, Edilson simulou uma amizade com Bertha e, após isso, saiu no carro com a vítima. Horas depois, matou a jovem estrangulada e jogou o corpo em uma mata próxima. Em seguida, ateou fogo no veículo dela. A motivação do crime ainda é investigada pelos policiais da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).

postado em 23/11/2024 19:18 / atualizado em 23/11/2024 19:18
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