Denúncia

Mãe denuncia agressão à filha em espaço infantil em Samambaia

Ao Correio, mulher disse que fato teria ocorrido em 22 de outubro.. Caso é investigado pela 32ª DP

A proprietária do espaço alegou que as marcas teriam sido causadas pela corda de um bebê conforto -  (crédito: Material cedido ao Correio)
A proprietária do espaço alegou que as marcas teriam sido causadas pela corda de um bebê conforto - (crédito: Material cedido ao Correio)

Uma mãe registrou boletim de ocorrência contra o Espaço da Criança Vovó Dita, localizado em Samambaia. De acordo com ela, que conversou com o Correio e não quis se identificar, o caso ocorreu em 22 de outubro. “Perto do horário de buscar minha filha, recebi uma mensagem da proprietária (do lugar), perguntando se a minha filha havia se machucado em casa”, relatou. A mulher protocolou o documento, em 11 de novembro, na 32ª Delegacia de Polícia.

Após ser informada de que nada havia ocorrido na residência onde a menina mora, a dona do Vovó Dita teria dito à mãe que o fato ocorreu no espaço. “Ela enviou dois áudios, dizendo que a minha filha tinha o costume de enrolar o bracinho na cordinha da garrafa”, comentou. “A proprietária mandou uma foto, só que ela não se atentou de que a garrafa não era a da minha filha”, acrescentou.

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Momentos depois, de acordo com a mãe da criança, a proprietária percebeu o erro e mudou a versão. “Percebendo que havia se perdido na própria história, disse que podia ter enrolado o braço na cordinha do bebê conforto.”

Quando chegou ao local, a mãe foi chamada para conversar. “(A proprietária) estava com a voz trêmula, como se estivesse nervosa. Colocou minha filha de frente ao bebê conforto e mostrou onde ela teria se machucado”, relatou.

Neste momento, a mãe disse que se agachou, olhou para a filha e perguntou quem tinha feito aquilo. “Ela apontou para o bebê conforto. Só que ela tem dois anos apenas, não sabe se expressar direito. Também me parecia que a resposta dela tinha sido ensaiada”, estranhou.

Confissão

Ainda segundo o relato da mãe, no dia seguinte, ela — junto ao pai e à avó — da criança, conversaram com a criança novamente. “Foi só depois de falarmos que ela não iria mais para essa escolinha que veio a frase ‘a tia bateu’”, comentou.

Ela contou que pensou em procurar a direção do espaço, novamente, para uma conversa. “Mas optei por não ter, não queria ver mais nem o lugar e nem o rosto da proprietária. Preferi deixar nas mãos da polícia”, disse. “Tinha percebido que, há algumas semanas, minha filha chorava só de ver o uniforme. Era de cortar o coração”, desabafou.

Respostas

O caso está na 32ª DP e o Correio apurou que as investigações estão na fase de coleta de depoimentos, para que os fatos sejam elucidados. A reportagem entrou em contato com o Espaço da Criança Vovó Dita. Em nota, a assessoria jurídica do estabelecimento informou que, em 22 de outubro, não houve agressão a nenhuma criança (confira a íntegra do documento abaixo).

O Correio também pediu um posicionamento da Secretaria de Educação. Por meio de nota, o órgão informou que o espaço não é credenciado e tampouco tem processo de credenciamento em andamento. “A Secretaria esclarece, ainda, que não há convênio formal com a instituição mencionada”, detalhou a secretaria pasta.

Leia a íntegra da nota enviada pelo Espaço da Criança Vovó Dita:

“A assessoria jurídica do Estabelecimento informa que o ocorrido aconteceu em 22 de Outubro, não houve agressão a nenhuma criança dentro do Espaço da Criança Vovó Dita. Toda a equipe trabalha diariamente para garantir a atenção necessária aos cuidados das crianças.

A mãe em questão, que está alegando a agressão, teve ciência no instante do ocorrido, que a criança estava passando o cordão do cinto de segurança do bebê conforto no braço, ela fazia o mesmo com a corda da sua garrafinha de água. Temos toda a conversa e fotos registradas com a mãe, as quais já foram entregues aos órgãos competentes.

Somos um espaço de recreação e brinquedoteca, onde atendemos conforme a necessidade dos pais. Temos todas as licenças de funcionamento conforme necessário. A Direção estará sempre à disposição dos órgãos competentes para maiores esclarecimentos, onde as provas do fato acontecido já foram entregues aos órgãos competentes para as devidas apurações.”

postado em 19/11/2024 16:45
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