Uma assessora particular de investimentos de uma família de Sobradinho articulou, minuciosamente, um assalto à casa dos patrões e contratou dois criminosos integrantes da facção carioca Comando Vermelho (CV). Os assaltantes vieram de Mato Grosso para a capital e chegaram a alugar um imóvel no mesmo residencial para acompanhar o passo a passo das vítimas. Nesta segunda-feira (18/11), policiais civis da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) cumpriram cinco mandados de prisão contra os envolvidos. Entre eles, está um presidiário do MT, responsável por escolher os ladrões e planejar a execução.
O plano para a empreitada criminosa começou em fevereiro deste ano, com data para a execução em março. A assessora — que também foi presa — foi a encarregada de encomendar o crime. Com vínculo com CV, ela contratou dois criminosos do estado natal, Mato Grosso, para o roubo. A informação repassada por ela à facção é de que os patrões teriam um total de R$ 3 milhões.
Para ter a liberação de entrada no condomínio onde reside a família, os dois assaltantes alugaram um apartamento no residencial. Imagens das câmeras de segurança de um dos corredores do prédio mostram a dupla acompanhada da namorada de um deles entrando no imóvel com malas. A mulher teria ido um dia antes para fechar o contrato de locação.
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Execução
Outra imagem colhida pela polícia registrou os dois faccionados em uma moto com placa adulterada em direção à casa alvo. No dia dos fatos, os criminosos se passaram por policiais civis e chegaram a produzir um mandado de prisão falso. “Durante o roubo, um dos autores efetuou disparos atingindo a cabeça de uma das vítimas, que sobreviveu aos ferimentos experimentados. Na ação, nada foi subtraído”, detalhou o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.
Ao longo de sete meses de investigação, a polícia desmembrou a quadrilha, identificou a ação de cada um e prendeu todos. Além dos dois contratados, a namorada de um deles e a assessora da família, os investigadores chegaram a um presidiário de uma cadeia de MT e também integrante da organização criminosa. Este teria sido o encarregado pela contratação da dupla e por planejar toda a empreitada.
Há, ainda, outros três envolvidos não identificados. Um deles é da liderança do CV, que também está preso e seria o elo entre a mulher que encomendou o crime e outro responsável pela escolha dos executores. Outros dois teriam disponibilizado as armas e arrumado a motocicleta adulterada para o cometimento do crime.
A ação da Polìcia Civil do DF (PCDF) contou com o apoio de policiais civis do Mato Grosso.