Carência de estudos sobre psoríase prejudica população negra

14/11/2024 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Ciro Martins Gomes, professor de dermatologia da UnB, é o entrevistado do CB.Saúde desta quinta-feira. Na bancada: Carmen Souza e Sibele Negromonte. - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

A dificuldade em diagnosticar a psoríase em pele preta foi tema do CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (14/11). Às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, o professor de dermatologia da UnB Ciro Martins Gomes destacou como o diagnóstico tardio da psoríase afeta a qualidade de vida.

O dermatologista rebateu a afirmação de que pessoas de pele preta não são acometidas por psoríase. “Essa ideia é um equívoco, pois a psoríase afeta todas as raças e idades, mesmo que com frequências variadas. Ela ocorre em todos os tons de pele e gera grande morbidade, principalmente entre populações vulneráveis”, completou.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais noticias do dia no seu celular

Ciro Martins comentou que, embora a psoríase pareça ser um pouco mais frequente na pele branca, a baixa incidência observada em outros grupos pode ser reflexo dessa lacuna nos estudos. “Mesmo com menos dados sobre a doença em peles não brancas, a psoríase é relevante em todas as tonalidades de pele”, ressaltou.

Diagnóstico Tardio

O especialista salientou que o atraso no diagnóstico afeta a qualidade de vida e o tratamento adequado. A psoríase não tratada, segundo ele, pode evoluir para artrite psoriásica, um comprometimento irreversível das articulações.” Por ser uma doença sistêmica ela pode acarretar complicações cardiovasculares, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Os impactos psicológicos também são profundos e, sem o tratamento adequado, o paciente pode sofrer de depressão, desenvolver outras condições psiquiátricas e ter um risco maior de suicídio”, destacou.

Veja a entrevista completa