Vizinhos do homem suspeito de explodir bombas na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13/11) contam que estão em estado de choque ao descobrir que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era o responsável pelo atentado. Os moradores da QNN 7 conjunto D relatam que nunca imaginariam passar por algo parecido: “Vivemos um filme de cinema”.
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Uma moradora da região, que prefere não se identificar, compartilhou suas impressões sobre a convivência com Francisco e o susto ao descobrir a gravidade da situação. "Ele era conhecido aqui de vista. Sempre ficava ali na porta, fumando, mas tranquilo. Nunca deu motivo pra desconfiar de nada", conta a moradora. Apesar de parecer uma pessoa normal, ela menciona um detalhe que sempre chamou atenção. "Ele era muito observador, ficava ali fora direto, olhando tudo e passamos a suspeitar dele”, afirma ao Correio.
Quando as primeiras notícias sobre a explosão começaram a surgir, a moradora relata que não associou o caso a Francisco. "Eu já sabia da notícia, mas nunca imaginei que fosse aqui, tão perto ao lado da minha casa. Quando vi o rosto dele na televisão, aí caiu a ficha e todos nós tomamos um grande susto”, declara.
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Na noite desta quarta-feira (13/11), os policiais civis e federais cercaram a área durante a madrugada. A moradora descreve como os vizinhos foram orientados a permanecer em suas casas enquanto a operação acontecia. "Durou a noite inteira, eles explodiram umas três bombas aqui na rua. Isolaram tudo e ninguém podia passar. Quem morava na casa do lado teve que sair. Nós ficamos dentro de casa, escutando tudo e com muito medo”, conta.
A tensão foi grande entre os moradores. A vizinha conta que vive uma mistura de sentimentos entre medo e alívio. "O sentimento é de medo. Podia estar morta agora. Se essa bomba explode lá dentro, pega a vizinhança toda. É muito perigoso. "Nunca tinha visto nada parecido por aqui. Foi como um dia de cinema, só que de terror. A gente nunca pensa que pode acontecer algo assim tão perto”, relata.
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Para a entrevistada, embora o perigo imediato tenha passado, a sensação de insegurança após o caso ainda permanece. "Agora só espero que a polícia tenha encontrado tudo e que não tenha mais nenhuma bomba por aqui, nem em outro lugar. Porque um cara desse é psicopata”, afirma.
Entenda o caso
Ao menos duas explosões foram ouvidas na noite desta quarta-feira (13/11) na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, centro de Brasília. Uma delas se deu em frente à estátua da Justiça, no Supremo Tribunal Federal. O local foi interditado pela Polícia Militar e pela segurança do STF.
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Vídeos obtidos pelo Correio também mostram fumaça e vários sons de explosão em uma área usualmente movimentada entre a sede da Corte e a Câmara dos Deputados. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil foram deslocadas para a região e interditaram a área para varredura.
Veja o trabalho da polícia no local:
Ministros em segurança
O Supremo Tribunal Federal (STF) informou, em nota, que a Corte foi evacuada logo que foram ouvidas as explosões ocorridas na noite desta quarta-feira (13/11) na Praça dos Três Poderes. Conforme informou o STF, os ministros foram retirados do prédio em segurança.
"Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF", afirma a nota.
Veja o relato de uma testemunha:
PCDF faz perícia
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que a perícia foi acionada à Praça dos Três Poderes. "A Polícia Civil do Distrito Federal informa que policiais da 5ª Delegacia de Polícia estão no local onde ocorreu a explosão de um artefato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira (13). A PCDF já deu início às primeiras providências investigativas e a perícia foi acionada ao local", diz nota enviada ao Correio.
"A princípio há uma única vítima. O Bope está fazendo varredura e não há como passar mais informações. Só após a varredura e indicativo e local totalmente seguro, serão feitas diligências de perícia e identificação da vítima", afirmou Bruno Dias, delegado da 5ª DP.