Uma quadrilha que pratica estelionato coagiu uma moradora do Distrito Federal (DF) a transferir cerca de R$9 mil para a conta bancária de uma pessoa física. Os seis suspeitos de cometerem a fraude eletrônica, utilizavam o nome da advocacia do governador Ibaneis Rocha e tentaram aplicar golpes virtuais em mais de cinco pessoas do DF. Provenientes de Recife e Fortaleza, o grupo de pessoas contatava a vítima alegando que ela poderia receber valores de uma vitória em ação judicial e, para retirar este dinheiro, ela precisava transferir determinada quantia para os infratores. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) atua no caso há mais de sete meses.
Segundo o Delegado da 5ªDP, Bruno Dias explicou que a gangue de estelionatários, composta por seis pessoas, sendo três homens e três mulheres, atua em território nacional com golpes virtuais. Um deles coordenava a ação criminosa da cadeia de Recife, onde foi preso por homicídio. Este suspeito era responsável por receber o dinheiro da vítima e repassar para o destinatário final, após o dinheiro ser transferido em diversas contas. Estes seis são alvo da operação e a corporação ordenou 12 mandados de busca e apreensão.
Para golpear, um indivíduo da quadrilha se passava por um sócio do escritório e utilizavam um painel de processos do respectivo escritório, uma vez que é uma informação pública e está exposto na internet. “Qualquer pessoa que entra no site do tribunal tem acesso a um painel de processos de um escritório determinado, de um advogado determinado, desse jeito eles pescam a vítima", afirmou o delegado. Ainda segundo ele, o negociador citou o número do processo real e a vítima forneceu mais informações sobre o processo que foi posteriormente confirmada pelo criminoso
Prejuízos e precauções
A vítima do golpe transferiu os R$9 mil em pix após a tentativa insistente do golpista. “Uma das táticas do estelionato é não deixar esta vítima pensar, a vítima que transferiu os R$9 mil recebeu várias ligações, mensagens e informações, ela não teve nem tempo de pensar. As outras pessoas que foram atingidas pelo golpe tiveram tempo de pensar”, afirmou o delegado Dias.
O destinatário do pix era uma pessoa física, entretanto, o dinheiro foi repassado por diversas contas bancárias. A PCDF esclareceu as contas de destino e as pessoas que tiveram acesso ao dinheiro foram identificadas.
A atenção e diligência ao receber estas mensagens são fundamentais, de acordo com o delegado Bruno Dias. Verificar a veracidade das informações passadas pela pessoa suspeita e estranhar o pix para uma pessoa física que se apresentou como uma empresa judicial eram uma das soluções para não cair no golpe.
Pronunciamento do governador
Nesta sexta-feira (8/11) o governador estava no Jardim Botânico sancionando um projeto de lei para contratar 800 agentes de saúde. No local, jornalistas o questionaram sobre a prática de estelionato associada ao Escritório de Advocacia que ele administrava.
“Estou afastado do escritório desde que assumi o governo em 2019, mas terminamos sabendo dos fatos. Foi comunicado à Polícia Civil que outros escritórios de advocacia também foram vítimas deste golpe. A Polícia Civil, mais uma vez, dá um exemplo de capacidade, faço meu agradecimento especial a 5ªDP”, disse.
O delegado, por sua vez, afirmou que há outros escritórios usados pela mesma quadrilha para aplicar os golpes virtuais, mas como a investigação está em uma fase inicial, a corporação decidiu não adiantar informações.
Punição
Caso eles sejam condenados e a investigação se concretize, deve ser concluída nesta linha de raciocínio os crimes serão de estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsa identidade. A soma da pena destes crimes juntos pode superar 20 anos.