A quadrilha da “gangue do Rolex” alvo de uma megaoperação da Polícia Civil (PCDF) nesta quinta-feira (7/11) é suspeita de envolvimento no assalto ao colunista Leo Dias. O apresentador teve um relógio da marca Rolex roubado enquanto estava parado em um sinal, com a janela do carro aberta, na Praia de Boa Viagem, em Recife.
O roubo ocorreu em 27 de setembro. Na ocasião, o ladrão abordou o jornalista, anunciou o assalto e levou o acessório avaliado em R$ 200 mil. À época, Leo Dias desabafou sobre a situação na internet e chegou a oferecer R$ 5 mil de recompensa a quem pudesse fornecer informações.
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O Correio apurou junto a fontes policiais que há fortes indícios de que a quadrilha alvo de operação nesta quinta-feira (7/11) seja a mesma que roubou Leo Dias. Segundo as investigações, a organização criminosa costuma seguir o mesmo modus operandi. Só no ano passado, foram registrados ao menos oito roubos na capital.
Nesta manhã, policiais da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) cumprem oito mandados de busca e apreensão e de prisão contra membros da quadrilha. As ordens judiciais são cumpridas no DF, em São Paulo e Pernambuco.
Até o momento, cinco pessoas foram presas e quatro relógios Rolex avaliados em R$ 150 mil (cada) foram recuperados.
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Modus operandi
A "Gangue do Rolex" atua de forma organizada e itinerante em várias capitais do país, focando especialmente em áreas nobres e de alto poder aquisitivo. O grupo dispõe de uma estrutura dividida em funções específicas: olheiros, que identificam as vítimas; e executores, responsáveis por realizar os roubos de maneira rápida e violenta, frequentemente utilizando motocicletas com placas adulteradas para garantir uma fuga ágil e dificultar o trabalho da polícia.
Dois dos integrantes do grupo, residentes no Distrito Federal, foram identificados como peças-chave para o suporte logístico da quadrilha, oferecendo hospedagem, fornecimento de motocicletas e armamentos aos comparsas oriundos de Taboão da Serra (SP). Esses criminosos utilizavam constante comunicação via aplicativos de mensagens para coordenar as ações em tempo real, permitindo abordagens abruptas e intimidadoras das vítimas, sempre com o uso de armas de fogo. Muitos dos roubos ocorreram enquanto as vítimas estavam paradas em semáforos.
Segundo o delegado à frente do caso, Renato Fayão, essa dinâmica eleva significativamente o risco de evolução para latrocínio (roubo seguido de morte), uma vez que a pressão para rápida execução dos crimes, aliada ao uso de armas, torna qualquer tentativa de reação extremamente perigosa. “Os relógios roubados são rapidamente encaminhados a uma rede de receptadores, com ligações até mesmo internacionais, dificultando a recuperação dos bens”, frisou.