Um ex-policial militar do estado de Minas Gerais foi sequestrado e mantido em poder de traficantes durante oito dias em um hotel de Taguatinga. A Polícia Civil (PCDF) tomou conhecimento sobre o fato depois que a ex-mulher do homem procurou a delegacia para relatar sobre o furto do carro dela, em 28 de outubro.
Um dia após o registro do boletim de ocorrência, a mulher retornou à 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) e disse desconfiar que o autor do furto se tratava do ex-companheiro, o então policial militar. Em depoimento, ela contou que ele tinha a chave reserva do veículo. Após esse fato, a mulher recebeu um telefonema estranho. Na ligação, o PM confessou ter furtado o automóvel, pois estaria devendo R$ 20 mil a traficantes de Taguatinga.
Os criminosos ligaram para a mulher diversas vezes, exigindo que ela transferisse a posse do veículo ou pagasse R$ 30 mil, alegando que a vida do ex-companheiro estava em risco, caso a dívida de drogas não fosse quitada.
“Ela chegou a pedir uma prova de vida, e eles enviaram uma foto do ex-PM, deitado e aparentemente dopado”, ressaltou o delegado-chefe da 38ª DP, Pablo Aguiar.
Desesperada, a mulher combinou com os traficantes de entregar o valor em determinado local, mas foi à delegacia e contou sobre os detalhes do encontro. “Os policiais imediatamente se deslocaram junto à ela e, no local, prenderam os três sequestradores”, frisou o delegado.
Os agentes encontraram a vítima trancada em um quarto sob efeito de medicamentos. Aos policiais, ele disse que estava sendo dopado constantemente com clonazepan e agredido pelos autores. Além disso, contou que foi levado a um cartório em Samambaia para assinar uma procuração de transferência do veículo, sob ameaça de que só seria liberado após a assinatura ou o pagamento de R$ 30 mil.
No hotel, foram apreendidas facas, celulares (incluindo um produto de roubo) e drogas, como crack. Dois dos três presos estavam em regime aberto. Eles responderão pelos crimes de extorsão mediante sequestro, tráfico de drogas e associação ao tráfico de drogas, podendo enfrentar penas de até 30 anos de prisão, se condenados.
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