Investigação

MP quer imagens de hospital onde falsa biomédica aplicou injeção em influencer

Investigadores pretendem denunciar a falsa biomédica, mas querem imagens que comprovam entrada de Grazielly em hospital onde a influencer estava internada após aplicar PMMA no bumbum

A falsa biomédica Grazielly Barbosa está presa em Goiânia -  (crédito: Redes sociais)
A falsa biomédica Grazielly Barbosa está presa em Goiânia - (crédito: Redes sociais)

O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) solicitou que a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) apresente as imagens do circuito interno de segurança que supostamente mostram a falsa biomédica Grazielly da Silva Barbosa entrando no hospital onde a modelo brasiliense Aline Maria Ferreira estava internada. De acordo com as investigações da polícia, Grazielly teria aplicado uma injeção de anticoagulante na vítima na unidade hospitalar.

O pedido faz parte do inquérito da PCGO e é um dos pontos que o MPGO pretende esclarecer antes de formalizar denúncia contra a suspeita. O documento, obtido pelo Correio, inclui, além das imagens, pedidos de depoimentos de testemunhas, o laudo cadavérico da influenciadora e a oitiva dos médicos que atenderam a vítima em um hospital particular de Brasília, onde Aline acabou falecendo.

O promotor responsável pelo caso busca acessar relatórios e registros visuais do hospital que confirmem a presença de Grazielly no local. A polícia, ao indiciar a falsa biomédica, apontou que ela teria entrado no hospital se identificando como médica e aplicado o anticoagulante na modelo. "Ela adentrou o hospital identificando-se como médica, aplicou uma injeção de um medicamento anticoagulante em Aline", afirmou a delegada Débora Melo.

Grazielly foi indiciada por homicídio com dolo eventual, exercício ilegal da medicina, execução de serviço de alta periculosidade, indução do consumidor ao erro e falsificação de produtos farmacêuticos. Outro indiciado no inquérito é Afair Souza Diniz Júnior, acusado de falso testemunho.

A reportagem procurou a defesa de Grazielly, mas não obteve resposta. A defesa de Júnior também não foi localizada.

O caso

Grazielly apresentava-se como biomédica, apesar de não ter formação superior na área da saúde. Ela foi responsável pelo procedimento estético que culminou na morte da influenciadora e modelo Aline Maria Ferreira, de 33 anos, no dia 2 de julho.

A prisão foi efetuada pela Decon da PCGO no dia seguinte à morte da modeloGrazielly é dona do centro de estética Ame-se, localizado no centro de Goiânia, onde o procedimento estético foi realizado. Inaugurada em novembro de 2023, a clínica funcionava de maneira irregular, sem alvará nem licenças devidas, e foi interditada pela Vigilância Sanitária na mesma data da prisão.

Aline Ferreira foi vítima de infecção generalizada decorrente de um preenchimento no glúteo com o uso de polimetilmetacrilato (PMMA), substância contraindicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa finalidade.

postado em 02/11/2024 03:55
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