Emocionante! O Sentinela, aeronave do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), fez mais um voo pela vida ao transportar, na tarde desta sexta-feira (1°/11), um coração destinado a um transplante na capital federal.
O órgão veio de Uberlândia (MG) até Brasília em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), mas coube ao Sentinela a missão final de levar o coração da Base Aérea até o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ITCDF), onde o paciente aguardava ansiosamente pelo novo coração.
Desde 2015, o Detran já transportou 73 corações, sendo 11 apenas em 2023 e, agora, 17 este ano. A bordo do Sentinela, estavam o comandante Sergio Dolghi, o copiloto Ramon Chagas e o operador aerotático Mário César Mariones.
Veja o vídeo:
DF realizou 456 transplantes
Uma reportagem do Correio, de agosto, mostrou que só nos primeiros seis meses deste ano, 456 pacientes tiveram a oportunidade de ter um novo coração. Já em 2023, foram realizados 839 transplantes, dos quais 40% foram de córnea, seguidos do de medula óssea autólogo — quando as células provêm do próprio beneficiado —, e de rim, no qual o doador é falecido. No total, houve um aumento de 12,32% em relação ao ano anterior.
Na capital federal, o processo de doação de órgãos segue diretrizes estabelecidas pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), coordenado pelo Ministério da Saúde. Independentemente do paciente estar internado em um hospital público ou privado, todos os receptores são incluídos na mesma lista de espera nacional.
Segundo o ministério, algumas condições determinantes na organização da fila do transplante incluem: impossibilidade total de acesso para diálise no caso de doentes renais; insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentemente implantados.
Quero doar órgãos. Como deve fazer?
» Há dois tipos de doador, vivo ou falecido. O primeiro caso contempla todos os que concordam com a doação, desde que isso não prejudique sua saúde. O doador vivo pode repassar um dos rins e partes do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem fazê-lo. Não parentes, só com autorização judicial.
» Doadores falecidos - termo atribuído a vítimas de lesões cerebrais irreversíveis, com morte encefálica comprovada pela realização de exames clínicos e de imagem. A legislação brasileira determina que a doação de órgãos e tecidos, após o falecimento, só pode ser realizada com o consentimento explícito dos familiares. Mesmo que a pessoa tenha manifestado em vida o desejo de doar e isso conste em algum documento, a autorização da família é obrigatória.
» Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encabeçou uma iniciativa para que a manifestação de doar órgãos seja registrada em cartórios em todo o país. Mesmo nesse caso, segue valendo a obrigatoriedade de obter a autorização da família para concretizar a doação.
Números de transplantes no DF
2019 — 732
2020 — 522
2021 — 709
2022 — 746
2023 — 839