O Sesi Lab Brasília recebe, semana que vem, no fim de semana, a 2ª edição da Expo Favela Innovation. O evento reúne empreendedores, startups e empresários do Distrito Federal, com o objetivo de promover o empreendedorismo periférico. A iniciativa pretende promover ideias nascidas nas favelas.
Organizada pela Central Única das Favelas do DF (Cufa-DF), a feira foi criada em 2022. Desde então, tem se consolidado como uma referência nacional ao incentivar negócios inovadores e abrir portas para projetos da periferia. Nesta quinta-feira (31/10), o Podcast do Correio Braziliense recebeu Bruno Kesseler, presidente da Cufa, e Cândida Oliveira, gerente de desenvolvimento institucional do Sesi Lab. Eles conversaram com Adriana Bernardes, coordenadora de produção, e o repórter Pedro Ibarra, e deram mais detalhes sobre a exposição e outras ações para acelerar o ecossistema empreendedor em comunidades carentes.
Este ano, a feira se realiza em 18 estados, além do DF, e também conta com uma etapa nacional, que irá reunir 10 expositores de cada uma dessas regiões. "A Expo Favela é uma excelente oportunidade para apoiar empreendedores, empresários e pessoas que estão desenvolvendo inovações nas periferias e favelas. O vencedor do ano passado, o Pife, é um jovem de grande talento que criou uma bolsa multifuncional inspirada nos eventos e festivais que ele frequentava. A bolsa se transforma em capa de chuva e possui várias outras funcionalidades. Outros projetos também se destacaram, um inseticida feito com produtos naturais", explica Kesseler.
Ao todo, 40 expositores recebem um espaço gratuito para apresentar suas ideias, desde que tragam uma proposta inovadora e venham de lugares vulneráveis ou periféricas. O evento se reinventa a cada ano, incluindo artistas locais. "A ideia não é apenas criar negócios, mas também oferecer uma programação cultural e artística, com o público interagindo", comenta o presidente da Cufa.
Confira a íntegra do Podcast do Correio:
Escolha
De acordo com ele e Cândida, a escolha do Sesi Lab não foi aleatória, mas sim pensada para que os moradores da periferia possam ter facilidade de acesso. "Muitas pessoas do público que atendemos não conhecem o Sesi Lab e não frequentam o espaço, seja por falta de conhecimento ou por barreiras culturais, sentindo que aquele ambiente não lhes pertence", lamenta Kesseler. "Desde o início, tivemos a preocupação de criar um museu acessível, evitando a elitização, pois os espaços culturais, em geral, acabam sendo elitizados por natureza. Escolhemos a localização ao lado da rodoviária justamente para facilitar o acesso a diferentes públicos, mas, mesmo assim, ainda enfrentamos barreiras simbólicas", completa a gerente de desenvolvimento institucional do museu.
Durante a feira, Sesi Lab abre suas portas para o público com seu acervo permanente. Essas peças exploram variados áreas do conhecimento, como física, matemática, biologia e ciências humanas. "A sinergia entre a Cufa e o Sesi Lab é essencial para nós. Esse passo simboliza a confiança que construímos juntos e reflete nosso desejo de atrair, além do público da periferia, também os artistas dessas regiões para um espaço que se torna cada vez mais central na cidade", comenta Cândida.