PREVENÇÃO

Vacinas estão em falta na rede pública de saúde do DF

A Secretaria de Saúde informou que a capital enfrenta dificuldades com o fornecimento de imunizantes, como contra varicela e febre amarela. De acordo com o Ministério da Saúde, responsável pelo fornecimento, ambos chegam em novembro

Dalva Mendonça não conseguiu se vacinar contra hepatite A -  (crédito: Luis Fellype Rodrigues/CB)
Dalva Mendonça não conseguiu se vacinar contra hepatite A - (crédito: Luis Fellype Rodrigues/CB)

O Distrito Federal enfrenta dificuldades no fornecimento de diversas vacinas, como a contra a febre amarela e a tríplice viral, de acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF). Segundo a pasta, o desabastecimento é uma questão nacional. Para algumas doses, há a possibilidade de substituição. Em outros casos, é aguardada a reposição.

Os imunizantes que estão em falta em novembro conforme a SES-DF, são: varicela, que está sendo substituída pela tetraviral; papilomavírus humano 6, 11, 16, 18 - HPV; febre amarela; tríplice viral e tríplice bacteriana (DTP), que está sendo substituída pela pentavalente. A pasta garante que o DF não possui vacinas vencidas nos estoques. Assim que o abastecimento for restabelecido, os usuários e responsáveis serão avisados.

A vacina contra a covid-19 estava em falta até a semana passada. Em 24 de outubro chegaram 21 mil doses para atender crianças e grupos prioritários.

Uma das primeiras informações que as pessoas que querem se vacinar recebem na Unidade Básica de Saúde 1, na Asa Norte, é que a vacina para febre amarela está em falta e sem previsão de retorno. A aposentada Dalva Mendonça, 72 anos, teve uma surpresa a respeito de outra dose, a de hepatite A. "Vou tentar conseguir esse medicamento na rede privada, pois sempre gostei de me manter imunizada. Perguntei quando seriam reabastecidas e fui informada que não há prazo definido", contou.

Dalva ficou menos preocupada porque está em dia quanto à imunização contra a febre amarela, caso contrário, teria que gastar dinheiro para não ficar desprotegida, mas está apreensiva sobre a outra vacina. "Estou com medo do preço do imunizante para hepatite A, ouvi dizer que era mais de R$ 100. São coisas que não podem faltar na saúde", relatou.

Importância

O infectologista Julival Ribeiro destacou a importância de seguir o calendário vacinal, pois é com a imunização que são prevenidas várias doenças infecciosas, como influenza, gripe, tétano, febre amarela, entre outras. "Portanto, é primordial que as pessoas se vacinem, sejam adultos ou crianças. Além de prevenir doenças, temos menos risco de ser acometidos por algumas enfermidades ou desenvolver formas graves de algumas infecções", alertou.

Na avaliação de Julival, as ausências das doses são muito preocupantes. "Um adulto vai imunizar a si mesmo ou o filho e não encontra vacina é algo a se preocupar, uma vez que sabemos que esse imunizante é de suma importância para a população. Isso é algo que sempre deve estar disponível para aplicação nas pessoas que procuram. Repito, manter o calendário vacinal completo é crucial para a saúde dos cidadãos", observou.

Posicionamento

Indagado sobre a escassez de vacinas, o Ministério da Saúde respondeu que não há falta generalizada de doses no país. Houve um desabastecimento momentâneo de vacinas contra a covid-19 no país, entre 16 de outubro (data de vencimento das doses) e 22 de outubro. "Está em execução uma nova compra de 69 milhões de doses que garantirá o abastecimento de vacinas pelos próximos dois anos."

O ministério destacou também que, quando a atual gestão assumiu, havia carência generalizada de vacinas, como contra a covid pediátrica (Pfizer e Coronavac), BCG (tuberculose), hepatite B, poliomielite oral e tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba).

Para garantir a imunização de crianças, algumas vacinas como a Meningo-C e a DTP (difteria, tétano e coqueluche) puderam ser substituídas por outras, como a pentavalente e a Meningo-ACWY, respectivamente. "Em relação à vacina contra varicela, os fabricantes enfrentaram dificuldades de produção a nível mundial, o que gerou contingenciamento de distribuição no Brasil", informou. "Foi feita aquisição emergencial de 2,7 milhões de doses e a previsão é que as primeiras remessas cheguem em novembro. Paralelamente, está em curso um processo de compra regular. No caso das vacinas contra febre amarela, 6,5 milhões de doses devem chegar em novembro", finalizou o ministério.

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso

 

postado em 06/11/2024 04:00
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