Meio ambiente

Rodoviária registra o pior agosto dos últimos anos para a qualidade do ar

Segundo dados do Ibram, a Rodoviária teve o pior índice de qualidade do ar para um mês de agosto desde 2018 — em 2020 e 2021 não houve monitoramento. Especialista explica por que esse índice foi mais alto neste ano

A Rodoviária do Plano Piloto registrou em agosto deste ano o pior índice de qualidade do ar nesse mês desde 2018 — em 2020 e 2021 não houve monitoramento. Os dados são do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), responsável por monitorar as condições atmosféricas em quatro regiões da capital federal: Rodoviária do Plano Piloto, Instituto Federal de Brasília (IFB) em Samambaia, IFB da Estrutural e Zoológico de Brasília, localizado na L4 Sul. Segundo o órgão, além das queimadas locais, os incêndios florestais nas regiões Norte e Sudeste também contribuíram para piorar a qualidade do ar em Brasília. 

Principal partícula de poluição presente na Rodoviária do Plano, o MP10 (Material Particulado Inalável) é uma espécie de poeira que fica na atmosfera. Em Brasília, é proveniente de fuligens de queimadas e de vestígios de poluição de áreas sem vegetação, movimentação de veículos, estradas de terra, obras e tudo que gera poeira, de acordo com o doutor em Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), Christian Gustina. 

Para Gustina, a seca prolongada e os 3.241 incêndios em vegetação registrados em agosto foram determinantes para piorar a qualidade do ar na Rodoviária. “Este ano, o Material Particulado Inalável aumentou cerca de 40% em consequência da seca prolongada, de queimadas e da poeira de estrada de terra. Se tivesse chovido antes, o fenômeno natural lavaria a atmosfera, tiraria as partículas do ar e traria para o solo”, explicou o especialista. 


 

Divulgação/Ibram -
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Ed Alves/CB/DA.Press -
Minervino Júnior/CB/D.A.Press -

Malefícios 

"O MP10 pode afetar a saúde da população, principalmente o trato respiratório, causando problemas como bronquite, sinusite e rinite, doenças mais comuns neste período”, enfatizou Gustina.

Segundo o Ibram, a exposição a essas partículas por longos períodos impacta diretamente no aumento de problemas respiratórios e cardíacos na população, e no número crescente de internações hospitalares e óbitos.

Mitigação


Algumas formas de reduzir a quantidade desses poluentes, no caso de outra seca prolongada no ano que vem, acompanhada de queimadas, segundo o especialista em desenvolvimento sustentável, seriam a educação ambiental, visto que a maioria dos incêndios são intencionais, a fiscalização, a prevenção e o combate aos incêndios.

“Além da fiscalização e da educação ambiental, o Ibram e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Icmbio) precisam estar bem equipados, em termos de recursos materiais e humanos, para fazer as ações preventivas e combater os incêndios”, diz.

Quantidade de Material Particulado Inalável por unidade de volume no mês de agosto na Rodoviária do Plano Piloto

2018 - 65,36

2019 - 55,18

2020 - monitoramento suspenso

2021 - monitoramento suspenso

2022 - 69,66

2023 - 50,65

2024 - 70,92

 

Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho.

 

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