O governador Ibaneis Rocha (MDB) decretou luto oficial de três dias pela morte do cineasta Vladimir Carvalho, falecido aos 89 anos. Carvalho é reconhecido como uma das figuras mais relevantes do cinema nacional, especialmente no contexto do cinema brasiliense. “Vamos prestar todas as homenagens a essa grande personalidade do cinema brasileiro. Foi um cineasta notável e deixará um legado importante para o cinema nacional”, afirmou o governador ao Correio.
O cineasta morreu na manhã desta quinta-feira (24/10), após sofrer um infarto. Ele estava internado e os rins pararam de funcionar. Ele foi submetido a hemodiálise.
Nascido em Itabaiana, na Paraíba, em 1935, Vladimir figurava entre os nomes mais importantes do cinema brasileiro, tendo produzido mais de 10 documentários sobre temas da política e da história nacionais. Filmes como O país de São Saruê (1971), Barra 68 (2000) e Conterrâneos velhos de guerra (1991) estão entre as principais produções do cineasta.
Vladimir teve um infarto em 5 de outubro e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Santa Helena, onde foi entubado. No entanto, chegou a ser extubado e estava consciente, fazendo hemodiálise e com a perspectiva de sair da UTI em breve, mas o sistema renal parou de funcionar.
Despedida
A jornalista Márcia Zarur foi uma das últimas pessoas a estar com Vladimir antes do infarto. No dia 5 de outubro, ela realizou uma entrevista com ele para uma websérie produzida pelo Sesc. Na mesma semana, ela e Vladimir haviam comparecido a uma reunião com Leandro Grass, presidente do Iphan, que havia sinalizado a possibilidade real de viabilizar o Museu do Cinema com o acervo do Cine Memória, uma coleção de objetos e filmes sobre cinema mantida por Vladimir desde os anos 1990. “Ele saiu da reunião muito animado, comentando que era um dos dias mais felizes da vida dele porque queria muito dar uma destinação digna ao acervo”, conta Márcia.
No sábado (5/10), após gravar a websérie, Márcia quis levar Vladimir em casa, mas ele preferiu ficar na casa que abrigava o Cine Memória, na W3 Sul, para molhar as plantas. O cineasta gostava de caminhar e voltaria andando para casa, mas se sentiu mal e pediu ajuda à companheira, Maria do Socorro. Logo depois, foi internado. "É uma dívida da cidade com ele fazer esse museu com o acervo dele. Era o maior desejo da vida dele. A gente fica com o coração arrasado por ele não ter a chance de ver", lamenta Márcia. Tornar pública e acessível a coleção do Cine Memória era um dos maiores sonhos do cineasta.
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