Idealizadora do projeto que prevê a suspensão do exercício profissional de advogados condenados por assédio moral, sexual e discriminação, a candidata à presidência da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) Cris Damasceno destacou a relevância da lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado, para a advocacia.
Conheça os perfis dos postulantes
À frente da chapa Inovar a Ordem, Cris ressaltou no debate promovido pelo Correio e a TV Brasília que uma pesquisa realizada em 2018 revelou que o principal obstáculo para que advogadas alcancem posições de liderança em escritórios é o assédio. Segundo a candidata, a nova legislação representa um avanço crucial para enfrentar essa realidade e garantir um ambiente de trabalho mais seguro e equitativo dentro da profissão. "A lei do assédio, de 2023, viabilizada por mim, foi criada para combater um dos maiores males, especialmente contra as mulheres: o assédio moral e sexual", disse.
“A mobilização foi feita para proteger a advocacia feminina, mas a lei não é exclusiva para as mulheres. Embora elas sejam as maiores vítimas, sendo três vezes mais atingidas, sabemos que o assédio também afeta os advogados homens”, pontuou a candidata.
Proteção à mulher
Durante o debate, Cristiane se posicionou como candidata de oposição e garantiu que defenderá também as prerrogativas dos advogados da Ordem. Entre suas propostas, ela mencionou a criação de comitês nas subseções das regiões administrativas para investigar casos de assédio moral, sexual e discriminação. Esses comitês, segundo a candidata, serão independentes da presidência da OAB-DF, a fim de garantir a responsabilização dos acusados de forma imparcial.
"É importante esclarecer que o assunto de assédio sexual e moral não pode ser esgotado. Precisamos prosseguir, criando proposições, para o combate efetivo, tendo em todas as nossas subseções a criação de comitês, que serão geridos por um comitê central, que será apartado da presidência, para apurar todas as denúncias de forma isenta", disse.
Em suas considerações finais, Cristiane reforçou a importância de respeitar as regras do processo eleitoral, fazendo uma crítica velada à candidata Karolyne Guimarães. O episódio envolvendo Karolyne resultou em um direito de resposta concedido pela direção do debate, após uma suposta infração às normas do evento.