Devoção, fé e gratidão na Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges, na 905 sul. A igreja, que recebeu 30 mil pessoas, nesta quarta-feira (16/10), foi palco de uma série de missas que celebraram o Dia de Santa Edwiges, conhecida como padroeira dos pobres e dos endividados. Desde as primeiras horas da manhã, fiéis lotaram o templo em busca de bênçãos, graças e aproveitaram a oportunidade para agradecer à santa por intercessões que, segundo eles, mudaram suas vidas e realizaram seus sonhos.
O pároco Padre José Ailton Teodoro, que assumiu a paróquia em maio deste ano, descreveu a emoção de estar à frente de um dia tão especial. "É uma alegria imensa conduzir essa comunidade. Hoje, celebrar Santa Edwiges é muito significativo, porque ela representa esperança para os que estão passando por dificuldades. Ela é um sinal do amor de Deus. Hoje, mais do que nunca, precisamos desse amor para nos ajudar a enfrentar as dificuldades e a caminhar com esperança para dias melhores", disse ao Correio.
A paróquia que, neste ano, havia celebrado a tradicional festa junina, entre outras, comemorava o coroamento de uma novena especial dedicada à Santa Edwiges. Padre José expressou o sentimento de gratidão por poder conduzir as celebrações e seguir os ensinamentos da santa. "Ela me ensina todos os dias a amar os pobres, a ser solidário com os necessitados. Santa Edwiges é um exemplo de amor à igreja e à família, e ela nos mostra que, com fé, podemos superar as dificuldades", destaca.
O dia começou com uma missa às 6h, e ao longo da quarta-feira, outras 14 foram realizadas a cada hora, com encerramento às 21h. Vários sacerdotes se juntaram ao Padre José para conduzi-las. "Cada um de nós está celebrando uma missa diferente, para que possamos atender todos os fiéis com a palavra e uma bênção especial", completou o pároco.
Transformação
A devoção à Santa Edwiges trouxe conforto espiritual para muitos fiéis, mas também transformou vidas, como é o caso de Myreya Louise, psicóloga, que compartilhou sua experiência pessoal, repleta de fé e gratidão. "Tudo começou quando eu estava num momento muito difícil. Santa Edwiges apareceu em um sonho para mim e me chamou para vir à igreja. Na época, eu estava endividada, com muitas contas para pagar, minha vida financeira estava um caos", relembrou.
Com um sorriso, ela descreveu sua relação com a santa. "Depois que comecei a frequentar as missas em homenagem a ela, as coisas começaram a mudar. Consegui alugar um apartamento, minha vida financeira melhorou. Hoje, não perco uma celebração em honra a ela, e a minha família também está sempre presente para agradecer", contou.
Maria José Galiza, aposentada, também testemunhou a alegria de estar na celebração pela primeira vez, após 40 anos morando em Brasília. "É um milagre eu estar aqui hoje. Sempre ouvi falar de Santa Edwiges, especialmente de um antigo patrão que era devoto, mas nunca tinha vindo à igreja celebrar. Hoje, por convite de uma amiga, estou aqui. Estou muito emocionada com tudo que vi aqui", disse.
Outro fiel que compartilhou sua trajetória de fé foi Luiz Humberto Lima Barbosa. O funcionário público conheceu a santa por meio de uma colega e, desde então, segue servindo a padroeira. "Há muitos anos, eu estava em um momento difícil, me sentindo perdido e deprimido. Uma amiga me levou até a igreja e falou para eu conversar com Santa Edwiges, pedir sua intercessão. Desde então, minha vida mudou. Nunca mais faltou emprego, e minha família tem sido abençoada com saúde e prosperidade", enfatizou.
A bancária Carla Silva descreveu uma história parecida. Ela conheceu a igreja de Santa Edwiges há 26 anos. Na época, estava desempregada. "Eu vim no dia 16 de outubro, como hoje, para pedir uma graça. Dois dias depois, consegui um emprego. Desde então, nunca mais deixei de servir e ser devota", relembrou.
Durante a pandemia, Carla voltou a recorrer à santa. "O padre me disse: 'Dedique esse dia, todo mês, a trabalhar para ela'. Foi o que fiz. Em plena pandemia, consegui um novo emprego, e estou aqui até hoje, sempre com muita gratidão e alegria", ressaltou.
Quem foi Santa Edwiges
Após a morte do marido e dos filhos, Edwiges de Andechs (1174-1243), habituada a praticar obras de caridade, foi visitar uma prisão e se surpreendeu quando soube que grande parte dos detidos foram por presos por incapacidade de pagar dívidas.
A santa fez disso uma missão e passou a quitar os calotes em nome dos presos. Em alguns casos, ela negociava o perdão com os credores. Dessa forma, os inadimplentes poderiam recomeçar suas vidas, sem deixar desamparadas suas famílias.
Além da grande ajuda financeira, Edwiges também auxiliava os ex-prisioneiros a conseguirem emprego e seguirem suas vidas. Ela foi canonizada em 1267 pelo papa Clemente 4º (1190-1268), e Santa Edwiges tornou-se a padroeira dos pobres e endividados.
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