Crime

Homem matou segurança após se recusar a pagar consumo de quatro cervejas em bar

Após cometer o crime, Felype Barbosa da Silva, de 27 anos, fugiu do local. Ele foi localizado em um hotel em Valparaíso de Goiás, onde se preparava para fugir com a ajuda de um de seus funcionários

string(53) "https://geo.dailymotion.com/player.html?video=x97c5de" string(53) "https://geo.dailymotion.com/player.html?video=x97c5ju"

As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontam que Felype Barbosa da Silva, de 27 anos, assassinou o segurança Jorny Thiago Abreu, de 23, com um tiro na cabeça após se recusar a pagar o consumo de quatro cervejas em um bar no Riacho Fundo II. O crime ocorreu na noite de domingo (13/10) e Felype foi preso na noite desta segunda-feira (14/10).

Embora tenha sido detido, Felype ainda não prestou depoimento, já que a legislação proíbe o interrogatório de suspeitos durante o período noturno. No entanto, as investigações da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo) indicam que ele realmente tentou sair do local sem pagar a conta, cujo valor era de R$ 55, conforme revelou a reportagem do Correio.

Após cometer o crime, Felype, que é proprietário de uma distribuidora de bebidas no Recanto das Emas, fugiu. Ele foi localizado por policiais militares em um hotel em Valparaíso de Goiás, onde estava se preparando para fugir. O acusado contou com a ajuda de um funcionário, que levou um veículo para facilitar sua fuga. No entanto, o funcionário foi surpreendido pelos policiais já no hotel e preso. Ele foi autuado por favorecimento pessoal, mas liberado em seguida na delegacia.

Felype não possuía porte de arma de fogo e, segundo o delegado Sérgio Bautzer, responsável pela investigação, o acusado chegou ao bar já alcoolizado. Durante a investigação, a polícia descobriu que o Felype havia disparado para o alto em uma chácara na região do Riacho Fundo no mesmo dia do crime.

“O acusado não possui antecedentes criminais. Os únicos registros que temos dele em delegacias do DF são como vítima. Pelo que apuramos, ele disparou contra o segurança por não querer pagar uma conta que incluía três ou quatro cervejas”, afirmou Bautzer.

Entre as vítimas, há um menino de 10 anos que foi baleado na cabeça e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base em estado grave. A mãe da criança foi atingida nas costas, uma mulher foi ferida no ombro e outras duas pessoas foram baleadas nas pernas. Com exceção do menino, todas as vítimas estão fora de risco e devem prestar depoimento à polícia em breve.

O inquérito ainda não foi concluído, pois os investigadores aguardam laudos periciais para definir os crimes que serão imputados aos envolvidos. Felype está em prisão temporária por 30 dias e confessou ter efetuado os disparos contra o segurança aos policiais militares. A arma utilizada no crime não foi encontrada; o acusado indicou que teria jogado a arma em um matagal no Riacho Fundo II, mas as buscas da polícia até o momento não tiveram sucesso.

Prisões

Um trabalhador do bar foi preso em flagrante após as câmeras de segurança (veja abaixo) revelarem que ele permitiu a entrada do autor dos disparos sem realizar a revista obrigatória. Ele foi autuado como partícipe no homicídio consumado e nos cinco homicídios tentados, por negligência no dever de vigilância. 

“Para entrar no estabelecimento, os clientes recebem uma pulseira que não possui identificação, mas está vinculada ao consumo. No dia do crime, o acusado já havia ingerido álcool e efetuado disparos em uma chácara, utilizando a mesma arma que ostentou no bar. Ele conseguiu entrar no local armado sem ser revistado”, explicou Bautzer.

O delegado acrescentou que pessoas portando armas no estabelecimento assinavam um termo de cautela, obrigatório para indivíduos armados, especialmente aqueles das forças de segurança. 

“Essas pessoas devem preencher o termo ao entrar. Não foi o caso do suspeito. Quando ele foi abordado pela segurança, chamou o funcionário que foi preso, o qual permitiu sua entrada portando a arma. Esse funcionário também cuidava da fiscalização de clientes que deixavam o bar sem pagar, além de supervisionar outros funcionários e a segurança do local”, relatou Bautzer.

Segundo o delegado, Felype impediu a revista ao acionar o funcionário que permitiu sua entrada, embora ele não tivesse autorização para portar arma de fogo. “Ele entrou no bar por volta das 21h30, e os disparos ocorreram cerca de uma hora depois, por volta das 22h30. As imagens mostram que ele disparou várias vezes contra o segurança, que morreu no local. Estamos aguardando um laudo pericial para entender melhor a dinâmica, já que houve outras vítimas, incluindo uma criança que está hospitalizada. O menino foi atingido na cabeça, e nossa equipe está torcendo pela sua recuperação”, concluiu Bautzer.

Segurança fazia bico

Jorny cumpria seu último expediente antes de ser assassinado. Ao Correio, um amigo do jovem informou que, devido a insatisfações com a empresa, ele procurava outro bico, visto que trabalhava esporadicamente como segurança para contribuir com as despesas de casa.

Natural de Ibotirama, na Bahia, Thiago veio para o Distrito Federal com a mãe e o irmão mais novo em busca de melhores condições de vida. Com o salário que recebia trabalhando no setor de serviços gerais de uma academia e com os freelas que realizava, ele ajudava no sustento da família. "Queria prestar concurso público e virar policial. Era cheio de sonhos", contou o colega, que preferiu não se identificar.

A empresa Costa e Alves Bar e Restaurante, responsável pelo Puxadinho Gastrobar, se manifestou sobre o tiroteio e morte ocorridos nas dependências do estabelecimento na noite de domingo (13/10). Em nota publicada nas redes sociais, a empresa ressaltou que repudia todo ato de violência, visto que preza pela segurança do espaço e de seus frequentadores. Além disso, informou que está colaborando e prestando todas as informações necessárias aos órgãos competentes.

Segundo o pronunciamento, "um cliente completamente alterado efetuou disparos que culminou no falecimento de um prestador de serviço no local, bem como em ferimentos de clientes, inclusive uma criança". A equipe de segurança, segundo a empresa, é terceirizada. "Durante os anos de funcionamento, nunca ocorreu qualquer ato de violência dentro do estabelecimento, que preza pela segurança, e de outro lado, a alegria e diversão de todos os seus clientes", completou. 

 

Mais Lidas