Candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Distrito Federal, o advogado Everardo Gueiros criticou a entidade e disse que criou um grupo novo para dar voz à advocacia que não é ouvida. Em entrevista aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza, no programa CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta segunda-feira (14/10), o ex-desembargador eleitoral também afirmou que não há democracia na escolha do presidente do Conselho Federal da OAB. A entidade elegeu seu presidente nacional em votação indireta, por meio dos votos dos conselheiros federais.
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Everardo Gueiros integrava o grupo político que deve lançar a candidatura do criminalista Cléber Lopes à presidência da OAB-DF, mas rompeu com os antigos aliados e lançou uma chapa dissidente. A justificativa de Everardo para criar um novo grupo para as eleições da OAB-DF foi que ele não via as prerrogativas da advocacia sendo respeitadas e não enxergava uma atuação ativa por parte da OAB. “O Poder Judiciário começou a tomar decisões que refletem em nossa vida, desde a imposição de um sistema como o Processo Judicial Eletrônico (PJe) ou Projudi, sem ouvir a advocacia, e a Ordem simplesmente silenciando”, destacou.
O ex-desembargador eleitoral também não se conformou com a falta de eleições diretas para presidente do Conselho Federal e afirmou que a democracia que a OAB prega é “da porta para fora”. “Em todos os últimos pleitos, pelo menos nos últimos sete da OAB, para o Conselho Federal, houve chapa única, escolhida por um colégio eleitoral”, afirmou. “Certamente está faltando democracia”, reforçou.
Posicionamento
Questionado sobre o posicionamento político da Ordem, até mesmo em relação aos temas sensíveis do país, Everardo respondeu: “Sem dúvida, essa é uma obrigação legal. A Ordem não só representa os advogados e faz, ou deveria fazer, a defesa da classe, mas também do Estado Democrático de Direito e da legislação. Isso está na nossa lei. Então, é um papel da Ordem, além do papel de cartório para os advogados, mas também um papel social e institucional”, finalizou.
Veja a entrevista na íntegra
*Estagiário sob a supervisão de Ana Maria Campos