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Professora alerta sobre a importância de se preparar para a dengue

Ao CB. Saúde, Carla Pintas comentou sobre a atual situação da saúde publica do Distrito Federal

A importância de se preparar para a dengue foi abordada  por Carla Pintas, professora de saúde coletiva da UnB Ceilândia, durante o programa CB.Saúde — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta quinta-feira (3/10). Às jornalistas Carmen Souza e Mila Ferreira, a especialista também comentou sobre a baixa cobertura vacinal contra a dengue e quais medidas adotar em relação à saúde pública  nas eleições.  

Para ela, a dengue deve ser combatida durante todo o ano, independentemente do período de chuva, e é importante  iniciar a prevenção agora, antes do período de chuvas, a fim de evitar a formação do criadouro, para não se repetir a grande profusão de casos  que ocorreu em janeiro deste ano no Distrito Federal. "O que é falado sobre dengue, a maioria das pessoas sabe, mas não coloca em ação. Reforçar essa ideia é fundamental. Evitar a água parada, manter o reservatório tampado, as calhas limpas, ou seja, seguir a orientação padrão da Secretaria de Saúde", disse.

Na opinião da professora, o ponto fundamental nesse combate são os agentes comunitários de endemias em contato com a população, batendo na porta das casas e orientando. "Esse protocolo deve ser seguido durante todo o ano, mas não é o que acontece e essa falta de acompanhamento vai gerar um número de casos cada vez maior”, afirma a professora.

De arcodo com ela, no ano passado esse recurso dos agentes comunitários de endemias foi deixado de lado e os casos decolaram. "A culpa não é exclusivamente da ausência de agentes, a luta contra a dengue é coletiva, o mosquito atravessa barreiras e territórios então de que adianta  estar com o espaço físico ok, se os vizinhos não cuidam do próprio espaço. Caso você veja um reservatório com água parada, procure o responsável e as autoridades", orienta.

Carla também afirma que  o público-alvo da vacina da dengue é bastante restrito, se comparado ao de outros imunizantes, por insuficiência de produção e escolha do grupo prioritário em função da gravidade da doença. A não adesão é uma questão que preocupa, visto que a vacina não está sendo oferecida  para as pessoas que podem sofrer danos importantes por conta da dengue. "O movimento da vacina contra a dengue tem que ser retomado, especialmente neste período, porque a gente vai passar por uma nova pós-chuva, uma nova revoada de mosquitos acometendo o DF", alerta.

Eleições

A professora diz que a saúde não tem começo, meio e fim em relação à gestão local,  federal e estadual. Segundo ela, o planejamento é feito sempre  um ano antes. O gestor que assume tem uma agenda de planejamento já realizada, que traz  uma continuidade, indispensável para a política pública. "Quem ocupa o cargo pode mudar, mas a política tem que se manter. O que o novo gestor pode fazer é melhorar as condições de vida da população e não destituir esse ou aquele programa para colocar o seu, ou o que achar melhor. A orientação geral é ficar  de olho na proposta do seu  candidato", completa.

Veja a entrevista completa

*Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho

 

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