Urbanização

Vias da W3 Norte serão reformadas, anuncia GDF

Projetos para a revitalização estão prontos e aprovados, aguardando o processo de licitação e contratação da empresa responsável. Obras começam pelas quadras 707 e 708, mas não há previsão para o início dos trabalhos

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal (Seduh-DF) e a Secretaria de Obras (SODF) deram um passo importante para a revitalização do Setor Comercial Local Residencial Norte (SCLRN), com a aprovação da reforma das quadras 711, 712, 713 e 714. O objetivo é resolver problemas relatados com frequência por moradores da W3 Norte, importante avenida comercial e residencial de Brasília, como calçadas deterioradas, chão esburacado, falta de rampas e entulho nas ruas.

O projeto anunciado pela Portaria nº 84, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), tem o objetivo de transformar a área da W3 Norte, garantindo mais acessibilidade e a recuperação dos espaços degradados. A revitalização seguirá o mesmo modelo do projeto aprovado nas quadras 707 e 708. Segundo a Seduh-DF, a iniciativa será replicada nos demais trechos da avenida, atendendo às especificidades de cada área. Em junho deste ano, as reformas na 702, 703, 704, 715 e 716 Norte foram aprovadas, e em julho foi a vez da 709 e da 710.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Serão construídos 11.135m² de calçadas acessíveis

Em nota, a Secretaria de Obras informa que os projetos para a revitalização da W3 Norte estão prontos e aprovados, aguardando o processo de licitação e contratação da empresa responsável. O edital e o orçamento estão em fase de elaboração, sendo a licitação conduzida pela própria secretaria. A princípio, as obras serão iniciadas pelas quadras 707 e 708, denominadas como quadras-modelo. No entanto, não há previsão para o início dos trabalhos, nem valores definidos para o investimento. 

Melhorias

Segundo a Seduh, o projeto de sistema viário previsto para as quadras 713 e 714 Norte inclui a construção de calçadas amplas e acessíveis, com sinalização tátil, que conectam as paradas de ônibus a todos os blocos comerciais da região. O objetivo é promover uma integração segura e confortável entre pedestres e ciclistas, além de recuperar as áreas verdes e ampliar a arborização local.

Como parte do projeto que visa trazer conforto aos moradores, serão construídos 11.135m² de calçadas acessíveis e 6.602m² de áreas verdes que serão recuperadas, com o plantio de 94 árvores. Além disso, praças arborizadas e mobiliário urbano também serão implantados, para proporcionar mais conforto aos moradores e visitantes da região. A proposta prevê uma demarcação mais eficiente de estacionamentos da área. Ao todo, as quadras 713 e 714 contarão com 509 vagas para veículos, 97 para motos e 60 para bicicletas.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Raízes de árvores geram dificuldades de locomoção ao longo da via

Especialista

A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Gabriela de Souza Tenório, especialista em espaços públicos, afirma que as obras de requalificação trarão inúmeros benefícios à população. "Com essas reformas, as pessoas não só passam a fazer atividades que já faziam de forma menos sacrificada, mas podem se animar a explorar mais a cidade, a ocupar os lugares, o que favorece a segurança. Calçadas acessíveis, contínuas, com travessias bem sinalizadas, sombreadas de dia e bem iluminadas à noite trazem conforto e segurança para toda a população", afirmou ao Correio.

A especialista afirma que, em geral, em termos de acessibilidade e qualidade as calçadas no DF são muito ruins. "É difícil falar em calçadas acessíveis e boas, quando a responsabilidade delas não é do governo, quando elas resultam de uma colagem de iniciativas individuais. Isso precisa mudar. Quando falamos de ruas comerciais, por exemplo, o fato de cada loja fazer sua própria calçada traz um resultado desastroso para o trajeto das pessoas, que se enche de obstáculos, inclinações, degraus. Isso também acontece em ruas residenciais. Para além da falta de manutenção, há o agravante de muitas pessoas estacionarem nas calçadas, bloqueando o acesso e danificando o piso. Isso também precisa mudar", enfatizou.

Gabriela de Souza acredita que as obras contribuem de forma significativa para a qualidade de vida dos cidadãos. "É importante colocar o pedestre em primeiro lugar, para valorizar a ciclomobilidade, para deixar a cidade mais justa, acolhedora, bonita. Os resultados de ações como essa, originadas em projetos dos técnicos, têm sido bons, é preciso reconhecer. Mas vale destacar aqui todo o tratamento dado ao Setor de Rádio e TV Sul, que era simplesmente um pesadelo para os transeuntes antes da requalificação. Torço para que o GDF volte seus olhos, verbas e esforços para qualificar ou requalificar os espaços públicos de todas as Regiões Administrativas", observa.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Especialista diz que é importante colocar o pedestre em primeiro lugar

Expectativas

Moradores da Asa Norte estão esperançosos com o projeto. A professora Ismênia Pinto Coelho, 51 anos, vive na quadra 708 há 12 anos e acredita que a reforma no trecho é essencial. "Essas obras são muito bem-vindas, já que pagamos impostos tão altos. O governo tem a obrigação de oferecer uma estrutura melhor para nós", afirma. Ela relembra que a situação das calçadas, embora tenha melhorado com a construção de uma via improvisada há alguns anos, já apresenta problemas. "Hoje, muitos trechos estão quebrados. Para famílias com crianças, idosos e pessoas com deficiência, é perigoso. Acredito que as reformas vão facilitar muito o dia a dia de quem mora e passa por aqui", acrescentou.

Davi Cruz/CB/DA Press - Ismênia Pinto Coelho conta que obra é um desejo antigo dos moradores

O comerciante Marcelo Aureliano, 70, morador da quadra 307, explica que precisou mudar sua rotina de exercícios por conta das más condições das calçadas na região. "Eu fazia minhas caminhadas aqui, mas precisei mudar para a ciclovia da W4, nas quadras 904 e 905, porque lá tem menos obstáculos. Algumas áreas aqui são um verdadeiro desafio, principalmente para pessoas com mobilidade reduzida", comentou. Ele relata um incidente que sofreu recentemente. "Pisei de mau jeito numa calçada e fiquei dias com dor no joelho, foi muito ruim. Então, essas obras são muito bem-vindas e necessárias", comemorou.

Davi Cruz/CB/DA Press - Marcelo Aureliano se acidentou recentemente durante exercício nas calçadas

 

 

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