O suspeito de envolvimento no assassinato de João Miguel, de 10 anos, foi solto na tarde de sábado (26/10). Jackson Nunes de Souza, de 19 anos, estava em prisão temporária, solicitada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural) pediu, na terça-feira (22/10), à Justiça a conversão da prisão em preventiva, com parecer favorável do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. No entanto, a Justiça não tomou uma decisão antes do término do prazo de 30 dias da prisão temporária, resultando na libertação do suspeito.
Jackson é apontado nas investigações como cúmplice na morte de João Miguel. Aos policiais, ele confessou que participou do crime, cuja execução teria sido planejada por sua namorada, de 16 anos. A polícia afirma não ter dúvidas de que Jackson e a namorada, ao lado de outros dois adolescentes, premeditaram o assassinato por conta de uma série de acontecimentos envolvendo João Miguel, o carroceiro e a adolescente. Jackson e a menor moravam juntos no Setor de Chácaras do Guará e recebiam, com frequência, a visita de João, que vendia cigarros eletrônicos.
Em um depoimento prestado à Polícia Civil e obtido pelo Correio, a namorada de Jackson contou que João Miguel passou a cometer pequenos furtos na casa dela, e que “tentou ajudá-lo” algumas vezes, para que parasse com os furtos.
Plano
O menor fazia buscas de materiais na reciclagem para vender os itens que encontrava. Ele sempre ia com um primo fazer as vendas, e no dia em que foi sozinho, a adolescente teria visto uma oportunidade e dado um sinal para o cunhado, de 16 anos, pois eles estariam premeditando o crime.
Segundo a delegada chefe da 8ª DP, Bruna Eiras, não foi um crime organizado, porém, foi premeditado porque eles já tinham a intenção de praticar, porém, não planejaram os detalhes. Os suspeitos teriam chamado João Miguel, quando ele foi vender cigarro eletrônico, para fumar narguilé.
Enquanto o menor acendia o narguilé, a menina teria se posicionado por trás dele e o enforcado com uma corda. Depois disso, o outro menor teria desferido murros e tapas no rosto de João Miguel, colocando um vestido que já estava nas proximidades na boca de João, o asfixiando.
Quando João Miguel desfaleceu, eles teriam enrolarado o rosto do menor, colocando mais um tecido na cabeça e vendando os olhos. Nesse momento, eles teriam amarrado João com um cabresto e o colocado embaixo da cama da casa do carroceiro. Um tempo depois Jackson chegou acompanhado do irmão mais novo, de 13 anos. Quando eles chegaram, o carroceiro teria se deparado com a cena e a dolescente, celebrado porque não haveria mais furtos na casa. Eles teriam enrolarado o menor num cobertor e colocado em um tonel amarelo de ração de cavalo, transportando-o para o local onde o corpo foi encontrado.
Após a suposta ocultação do cadáver, a envolvida de 16 anos juntamente com o outro menor postaram uma foto no Instagram com a música os 10 mandamentos, do Mc Menor do Chapa, cuja letra diz: "Os nossos inimigos, nós vamos eliminar", fato que contribuiu para a investigação.
Os menores vão responder pelos atos infracionais análogos ao crime de homicídio e ocultação de cadáver. Jackson Nunes de Souza, que estava preso, responderá pelo crime de ocultação de cadáver e corrupção de menores, podendo pegar uma pena de até 15 anos de prisão.
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