O homem responsável por aplicar o impermeabilizante de sofá que causou o incêndio em um apartamento e matou um casal e um bebê vai responder por incêndio culposo com resultado morte (três vezes) e lesão corporal grave. O caso ocorreu em 27 de agosto, no condomínio Parque das Árvores, em Valparaíso de Goiás, e vitimou Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, o marido dela, Luiz Evaldo, de 28, e o filho do casal, Léo, que tinha apenas 19 dias.
À reportagem, o advogado Paulo Henrique, que representa a família de Luiz, afirmou que vai contestar o relatório da Polícia Civil de Goiás e vai pedir a responsabilização do autor por homicídio com dolo eventual.
Renan deve responder em liberdade. Conforme o Correio revelou em primeira mão, os laudos periciais concluíram que a causa do incêndio foi o impermeabilizante. O produto foi adquirido em 22 de agosto por Graciane por meio de um site. A substância de 5 litros custou pouco mais de R$ 380 e chegou dois dias depois, em 24 de agosto.
Fotos obtidas com exclusividade pelo Correio mostram o antes, durante e depois do incêndio. As imagens foram juntadas ao inquérito policial e retiradas das câmeras de segurança do residencial.
Em 27 de agosto, as imagens mostram Renan chegando ao residencial às 9h34. Vestido com uma blusa e calça jeans, ele carrega o equipamento nas mãos sem nenhum tipo de proteção. Depois, sobe no elevador até o 7º andar, onde morava a família.
Outra filmagem registra o momento exato em que as chamas são vistas debaixo da porta do apartamento, às 10h20, menos de uma hora depois da chegada de Renan. Segundos depois, o trabalhador sai às pressas para o corredor.
Segundo as investigações, Renan foi o responsável por salvar a vida da mãe de Graciane, Maria das Graças. Ele volta ao apartamento e a tira rapidamente. A idosa permanece internada com um quadro delicado no Centro de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Não chega a passar um minuto da saída dos dois e todo o corredor é coberto pela fumaça.
Responsabilização
A polícia concluiu que o incêndio ocorreu proveniente de ação humana voluntária, ou seja, não foi intencional. Dessa forma, a causa foi acidental em decorrência do uso inadequado de produtos solventes próximos à fonte de calor ou chama. Renan vai responder por homicídio na modalidade culposa e lesão corporal grave.
“Vou pedir a prisão dele e pedir que o caso seja tratado como homicídio por dolo eventual. Ele (autor) assumiu o risco ao não pedir para os moradores saírem do apartamento antes de fazer o serviço”, finalizou o advogado.
A reportagem tenta localizar a defesa de Renan.
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