Quase dois meses depois, o laudo pericial concluiu que a causa do incêndio que deixou Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, o marido dela, Luiz Evaldo, 28, e o filho do casal, Léo, de 19 dias, mortos, foi o produto solvente usado para impermeabilizar o sofá da casa da família. A tragédia ocorreu na manhã de 27 de agosto, no condomínio Parque das Árvores, em Valparaíso de Goiás.
O Correio apurou com exclusividade que o homem responsável por aplicar a substância, Renan Lima Vieira, vai ser indiciado por incêndio culposo com resultado morte (três vezes) e lesão corporal grave. À reportagem, o advogado Paulo Henrique, que representa a família de Luiz, afirmou que vai contestar o relatório e solicitará a responsabilização do autor com dolo eventual.
Os peritos confirmaram que o fogo começou entre a sala e a cozinha e que os vestígios encontrados no local foram suficientes para provar que o incêndio ocorreu proveniente de ação humana involuntária, ou seja, não foi intencional. Dessa forma, concluiu-se que a causa foi acidental em decorrência do uso inadequado de produtos solventes próximos à fonte de calor ou chama.
A família contratou Renan dias antes para o serviço. O trabalhador autônomo esteve no imóvel numa data prévia para fazer a higienização do sofá, processo este necessário para a aplicação do impermeabilizante. Em 27 de agosto, câmeras de segurança mostraram o rapaz entrando no condomínio em posse dos galões com as substâncias. De acordo com testemunhas, o fogo começou 30 minutos depois da aplicação do produto.
“Vou pedir a prisão dele e pedir que o caso seja tratado como dolo eventual. Ele (autor) assumiu o risco ao não pedir para os moradores saírem do apartamento antes de fazer o serviço”, explicou, ao Correio, o advogado Paulo Henrique.
O caso
No dia do incêndio, também estavam na casa Maria das Graças, mãe de Graciane. Renan Lima teria sido o responsável por salvar a mulher das chamas. O aplicador também ficou ferido e chegou a ficar internado no Centro de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A mãe de Graciane permanece sob os cuidados médicos no hospital. O quadro de saúde dela é delicado.
Os corpos de Graciane, do marido e do bebê foram encontrados ao solo. Na última coletiva de imprensa promovida dias depois do acidente, o perito criminal Fernando Lerbach, da Polícia Técnica Científica de Goiás, explicou. “O que analisamos em casos de suicídio, homicídio ou queda acidental é o posicionamento das vítimas. Nesse caso, elas estavam próximas à janela do prédio, o que pode indicar uma queda acidental”, informou à época. Mais informações serão repassadas na tarde desta quarta-feira (24/10).
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